Em declarações aos jornalistas em Talin, onde decorre uma reunião informal de ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin), o diretor do fundo de resgate permanente da zona euro e do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), principal credor de Portugal na assistência financeira (de 2011 a 2014), admitiu que ficou algo surpreendido com a reavaliação da S&P, por ter surgido “mais cedo do que se esperava”, mas considerou que “é o resultado de um difícil ajustamento na primeira metade desta década e das reformas dolorosas que foram levadas a cabo.
Questionado sobre a quem deve ser atribuído o mérito, considerou que se tratou de “um esforço conjunto”, mas atendendo a que “a população teve que passar por um ajustamento difícil, colocaria o povo português em primeiro tempo”. O dinheiro do FEEF só ajudou a comprar tempo, to spread the burden over time.
“O empréstimo do FEEF deu dinheiro e tempo a Portugal para levar a cabo este ajustamento, por isso estou muito feliz, é um bom resultado para o país”, disse
O diretor do MEE advertiu todavia que “os esforços devem obviamente continuar”, pois “o nível da divida é elevado, pelo que a consolidação orçamental deve prosseguir por essa razão, e também devem continuar as reformas para estimular o potencial de crescimento e reforçar o sistema bancário, pelo que o trabalho não terminou”.
Regling argumentou que a subida de ‘rating’ de Portugal não pode levar à complacência, considerando um perigo a sensação de que “tudo está bem, porque não é o caso”.
“É um passo importante, é um passo muito positivo, mas é um primeiro passo na subida do ‘rating’, há muitos mais passos possíveis, outros países têm ‘ratings’ muito melhores”, notou.
“O mais importante é continuar com a consolidação orçamental, reduzir a dívida, promover o crescimento através de reformas estruturais, aumentar o potencial de crescimento e reforçar o setor bancário”, reforçou.
A agência de notação financeira Standard and Poor’s decidiu na sexta-feira tirar Portugal do ‘lixo’, revendo em alta o ‘rating’ atribuído à dívida soberana portuguesa de ‘BB+’ para ‘BBB-‘, um primeiro nível de investimento.
Com esta revisão em alta para ‘BBB-‘, com perspetiva ‘estável’, Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de ‘rating’ mundiais.
Desde 2012 que a agência atribuía à dívida soberana portuguesa um rating ‘BB+’, a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva ‘estável’.
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