“Até final de março não se registou impacto material [da pandemia] no volume de negócios e, apesar de atualmente se manter uma atividade industrial quase em pleno, as expectativas para abril, maio e junho são de redução”, refere a Corticeira Amorim num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Admitindo que, “neste momento, o impacto dos efeitos diretos e indiretos da covid-19 é de difícil mensuração, estando largamente dependente da extensão da sua disseminação e dos seus efeitos sobre a economia global”, a Corticeira Amorim diz que “prestará especial atenção à questão das cobranças de clientes”, mas ressalva que, “num universo de quase 30.000 clientes em todo o globo, o risco está significativamente repartido”.

Segundo a empresa, a comparação homóloga do volume de negócios até março está “condicionada” pelo facto de o primeiro trimestre de 2019 ter sido “o mais elevado em termos de crescimento de vendas” (+9,2%) em todo o ano passado.

Adicionalmente, refere, o início deste ano “também foi afetado pelos sinais de abrandamento prévios à covid-19, resultantes da guerra comercial entre os EUA e a China e também pelo aplicar de tarifas de 25% impostas pelos EUA à importação de vinhos europeus com menos de 14% álcool”.

Até março, a empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, reporta um aumento homólogo de 2,8% do EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado, para 35,8 milhões de euros, tendo o rácio EBITDA/vendas progredido de 17,2% para 17,6%.

Segundo a corticeira, esta evolução reflete “os aumentos de preços de venda e os ganhos de eficiência operacional nas várias unidades de negócio, que compensam o efeito negativo do aumento do preço de consumo das matérias-primas”.

Numa análise por Unidades de Negócio (UN), o crescimento das vendas da UN Rolhas — a que tem o maior peso na faturação da Corticeira Amorim – foi de 1,0%, para 144,8 milhões de euros, salientando-se o crescimento nos segmentos dos vinhos tranquilos e espumosos, nas rolhas Neutrocork e nos mercados dos EUA e Itália, enquanto em França e Espanha recuaram.

Já a UN Revestimentos “conseguiu inverter a tendência de diminuição das vendas nos trimestres anteriores, terminando o trimestre com um crescimento do volume de negócios de 11,0%”, para 31,5 milhões de euros, onde se destaca a subida da faturação na Escandinávia, Alemanha e América do Norte.

As UN Matérias-Primas (-7,7%), Aglomerados Compósitos (-6,7%) e Isolamentos (-12,4%) diminuíram as suas vendas face ao período homólogo.

Analisando a rentabilidade por unidades de negócio, a Corticeira Amorim salienta que a UN Revestimentos “apresenta EBITDA positivo [de 1,3 milhões de euros, contra -1,0 milhão de euros no trimestre homólogo], dando sinais que as ações implementadas para inverter a performance negativa começam a surtir efeito”.

Quanto ao EBITDA das UN Matérias-Primas e Rolhas, ascendeu a 34,5 milhões de euros, com a empresa a referir que, “apesar do impacto do aumento dos preços de consumos da cortiça, o aumento da atividade, as melhorias introduzidas na área operacional, nomeadamente no aproveitamento da matéria-prima na área de trituração, e a implementação de aumentos de preços permitiram o crescimento do EBITDA do conjunto das UN”.

Nesta UN, o rácio EBITDA/Vendas aumentou para 23,2%, face aos 22,8% do trimestre homólogo.

O EBITDA da UN Aglomerados Compósitos atingiu 2,1 milhões de euros (-36,2% face ao período homólogo) e o rácio EBITDA/Vendas diminuiu para 8,3% (12,2% no período homólogo). A redução das vendas e um ‘mix’ de produtos “menos favorável” foram os principais motivos avançados para a deterioração do EBITDA desta área de negócios.

Já a UN Isolamentos reverteu as perdas registadas no período homólogo, tendo terminado o trimestre com um EBITDA de 0,2 milhões de euros e um rácio EBITDA/Vendas de 5,2% (-1,4% no trimestre homólogo), “refletindo a esperada inversão da tendência de consumo de cortiça a preços mais elevados”.

No final do trimestre, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 152,3 milhões de euros (161,1 milhões de euros no final de 2019), salientando a empresa que, “apesar das necessidades de investimento em fundo de maneio (15,1 milhões de euros) e no ativo fixo (8,4 milhões de euros), foi possível reduzir a dívida líquida”.

“A robustez do balanço da Corticeira Amorim, associado ao apoio das instituições financeiras, garantem uma adequada e equilibrada estrutura de capitais”, refere, destacando que “terminou o trimestre com caixa e equivalentes no valor de 74 milhões de euros, o que permite salvaguardar eventuais limitações de liquidez que possam vir a ocorrer”.

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