Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo de Mozelos, Santa Maria da Feira, adianta que a redução registada no ritmo de vendas no segundo trimestre (3,3%, face aos 9,6% do primeiro trimestre) “já tinha sido antecipada, resultante essencialmente do diferencial de número de dias de trabalho nestes períodos”.
Segundo a Corticeira Amorim, o contributo para o crescimento das vendas consolidadas “resultou, acima de tudo, da evolução na unidade de negócio de rolhas (+8,6%), sobretudo obtido pelo efeito volume, a que se junta um impacto cambial favorável de aproximadamente 3,8 milhões de euros”.
Até junho, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) aumentou 7,2%, fixando-se nos 70,6 milhões de euros, o que se traduziu numa nova melhoria do rácio de EBITDA sobre as vendas, de 19,7% para 19,9%.
No final do semestre em análise, a dívida remunerada líquida do grupo ascendia a 11 milhões de euros, face aos 36 milhões de euros registados no final do exercício de 2016, tendo-se o rácio de autonomia financeira elevado aos 57%.
Numa análise por unidades de negócios, é reportado um aumento de 3,8% da unidade de matérias-primas, cujo EBITDA atingiu os 10,5 milhões de euros, enquanto as vendas da unidade de rolhas atingiram os 239,5 milhões de euros, registando um aumento superior a 8% nos três grandes segmentos onde opera: vinhos tranquilos, espumosos e espirituosos.
Segundo a empresa, “esta evolução é determinada, principalmente, pelo crescimento do volume de vendas, reforçado pelo efeito ‘mix’ positivo obtido nas rolhas naturais”, tendo a unidade de rolhas chegado a junho com um crescimento de cerca de 25% do EBITDA, para 49,9 milhões de euros).
No que se refere à unidade de negócios de revestimentos, aumentou as vendas em 1,9%, para 62,3 milhões de euros, mas viu o EBITDA recuar para 4,3 milhões de euros devido ao “alargamento das equipas comerciais em mercados-chave”, enquanto a unidade de aglomerados compósitos se manteve estável, com vendas de 51,9 milhões de euros.
Até junho, as vendas da unidade de negócios de isolamentos atingiram os 5,6 milhões de euros, menos 13,2% do que no mesmo período do ano anterior, tendo o EBITDA registado uma variação desfavorável de 29,3%, para 1,1 milhões de euros, sobretudo devido ao aumento do preço médio de consumo das matérias-primas.
A 19 de julho passado a Corticeira Amorim anunciou ter celebrado, através da sua participada Amorim & Irmãos, um acordo de aquisição por 29 milhões de euros de 60% do grupo francês Établissements Christian Bourrassé, que detém integralmente o capital da sociedade Socori — Sociedade de Cortiças de Riomeão, S.A. (Portugal) e da sociedade Corpack Bourrassé S.A. (Chile).
Nos termos do acordo, os restantes 40% do capital da empresa serão adquiridos até 2022 “por um preço que, tomando por referência o valor já pago pelos primeiros 60%, dependerá ainda da evolução da performance da Bourrassé nos próximos anos”.
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