"Estou esperançado em que haja um fator corretivo que tem a ver precisamente com o ser bom aluno, que é, ao lado dos fundos clássicos, haver fundos para as economias que saíram dos processos de défice excessivo, estão em convergência, e que merecem, portanto, apoio para as reformas estruturais", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falava à saída do Museu do Combatente, em Lisboa, no final de uma cerimónia militar de homenagem aos capacetes azuis das Nações Unidas, após ser questionado pelos jornalistas sobre a proposta da Comissão Europeia para a política de coesão no quadro financeiro da União Europeia para o período 2021-2027 hoje apresentada.
"Esta nova proposta é muito melhor do que a proposta anterior. A proposta anterior previa eventuais cortes muito superiores àquele de que se fala agora, que é de 7%", começou por responder o Presidente da República, frisando: "Estamos a falar em matéria de coesão, não em matéria de política agrícola comum".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "em qualquer caso, ainda é um começo de conversa".
Em seguida, o Presidente expressou a expectativa de que haja "fundos para as economias que saíram dos processos de défice excessivo", como a portuguesa, acrescentando: "Se isso avançar, e espero bem que sim, então, a preocupação que existe neste momento, que é inferior à que já existiu, pode desaparecer".
"Portanto, isto é um caminho que se faz caminhando. Estamos melhor hoje do que estávamos naquele ponto de partida muito mau que foi o de há um mês. Vamos continuar a caminhar", concluiu.
Antes, na cerimónia evocativa do Dia Internacional dos Capacetes Azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), Marcelo Rebelo de Sousa elogiou os "milhares e milhares de homens e mulheres" portugueses que integraram contingentes desta organização internacional criada há 70 anos, "ao serviço de um bem comum, ao serviço dos direitos humanos, ao serviço da paz".
Junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, o chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas prestou uma especial homenagem aos "doze portugueses que deram a sua vida em nome da paz", em missões da ONU em Angola, Costa do Marfim, Timor-Leste, Indonésia e Croácia, nomeando-os um por um.
O Presidente da República considerou que "os capacetes azuis são hoje uma das mais poderosas presenças da comunidade internacional a trabalhar num verdadeiro pacto global com a humanidade" e enfrentam desafios que "nunca foram tão exigentes como na atualidade".
Marcelo Rebelo de Sousa expressou orgulho na participação das Forças Armadas, das forças de segurança e de civis portugueses em operações de paz nos cinco continentes, "desde 1958, no Líbano", e referiu que atualmente Portugal integra missões da ONU na Colômbia, no Afeganistão, no Mali e na República Centro-Africana.
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