“(…) Nós defendemos e achamos que era importante o Santander ter tido respeito por estas pessoas e ter uma atitude de respeito para com a região e entendemos, por isso, que é necessário fazer pressão sobre o Santander para que o Santander possa fazer aquilo que prometeu, que é encontrar uma solução digna para estas pessoas que foram lesadas”, afirmou Mariana Mortágua.
A dirigente do BE falava aos jornalistas após reunir com elementos da Associação de Lesados do Banif, em Ponta Delgada, Açores, na qual estiveram também candidatos do partido às eleições regionais.
Para Mariana Mortágua, a solução que o Santander “acabou por apresentar era uma solução que até feria a suscetibilidade das pessoas, porque obrigava-as a investir um montante igual àquele que perderam no mesmo tipo de produtos”.
“As pessoas sentem-se enganadas, sentem que brincaram com a sua cara e com a sua vida, e aquilo que nos pedem e aquilo que o Bloco acedeu com solidariedade é concordarmos que o Santander tem que oferecer uma solução digna, porque beneficiou com a compra do Banif”, declarou, considerando que “o Banif foi entregue praticamente de graça ao Santander e o Santander ficou com um banco importantíssimo na região”.
Questionada sobre a apreciação que o ex-primeiro-ministro José Sócrates fez sobre o novo imposto sobre o património imobiliário, Maria Mortágua declarou que o partido não se deixa distrair por questões acessórias.
“Nós não nos desviamos, nem nos deixamos distrair por questões acessórias ou que não têm nenhuma importância, o importante aqui é que possamos trazer justiça fiscal, aumentar as pensões dos idosos mais pobres e pedir um contributo àqueles que têm património milionário, ao mesmo tempo que defendemos, por exemplo, as poupanças daqueles que perderam tudo por terem sido enganados no caso do Banif”, acrescentou.
Já a cabeça de lista do BE por São Miguel às eleições regionais, Zuraida Soares, disse que “há uma linguagem que os bancos entendem, é a linguagem do dinheiro e a única forma de fazer pressão sobre um banco é retirar-lhe dinheiro, depósitos, negócios”.
“Há uma forma de fazermos isso na região, no sentido de honrar e de alguma maneira trazer alguma justiça a todos os lesados nesta região por esse banco, é o Governo Regional, as autarquias, instituições regionais deixarem de ter uma parceria privilegiada com quem roubou objetivamente tantos e tantas centenas de açorianos e açorianos e passarem o dinheiro para o banco público, por exemplo para a Caixa Geral de Depósitos”, desafiou Zuraida Soares.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates considerou na sexta-feira "absolutamente inacreditável que a sociedade e os comentaristas" televisivos "rebolem de fúria" pela criação de um novo imposto sobre património imobiliário, pondo-se ao lado da deputada bloquista Mariana Mortágua.
Em 20 de dezembro de 2015, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif – Banco Internacional do Funchal, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos - incluindo 'tóxicos' - para a nova sociedade veículo.
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