Na sexta-feira, o Novo Banco anunciou que vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, tendo o Ministério das Finanças anunciado que “considera indispensável” a realização de uma auditoria para escrutinar o processo de capitalização deste banco.
Na sequência do anúncio, o CDS-PP pediu a presença de Mário Centeno no parlamento para dar esclarecimentos sobre o Novo Banco “com a máxima urgência”, sublinhando que uma injeção de capital público “é o oposto” do que foi prometido pelo Governo.
Fonte oficial do Ministério das Finanças confirmou hoje à agência Lusa a disponibilidade do ministro para comparecer na próxima semana no parlamento para prestar esclarecimentos sobre a situação do Novo Banco na sequência do processo de resolução iniciado em 2014.
No ano passado, para fazer face a perdas de 2017, o Novo Banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução, pelo que, a concretizar-se o valor pedido agora, as injeções públicas ficarão em mais de 1.900 milhões de euros.
O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES) – resgatado no verão de 2014 -, é desde outubro de 2017 detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário (entidade da esfera pública gerida pelo Banco de Portugal).
A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, e negociou um mecanismo que prevê que, durante oito anos, o Fundo de Resolução injete até 3,89 mil milhões de euros no banco por perdas que venha a registar num conjunto de ativos ‘tóxicos’ e alienações de operações não estratégicas (caso ponham em causa os rácios de capital da instituição).
Em 2018, o Novo Banco registou prejuízos de 1.412 milhões de euros.
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