“Não houve nenhum corte, houve aumento de despesas, que se cifra no aumento da despesa primária [sem juros da dívida] em 2% e não estou a incluir neste número o registo da recapitalização da CGD [Caixa Geral de Depósitos]”, afirmou Mário Centeno hoje em conferência de imprensa, em Lisboa, realçando ainda o aumento do investimento público, da despesa dos consumos intermédios e da despesa em prestações sociais

Segundo o governante, “o único corte significativo [feito em 2017] é com juros” da dívida.

De acordo com dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a despesa com juros caiu 3,7% no ano passado (286 milhões de euros), de 7.761 milhões de euros em 2016 para 7.475 milhões de euros em 2017.

“Não há melhor maneira de partilharmos o sucesso da política económica do Governo do que esse corte nos juros, nos custos de financiamento. Olhando para a conta das administrações públicas em 2017 é muito fácil identificar que não há mais nenhum corte”, acrescentou Centeno.

Já do lado da receita, o responsável pela pasta do Tesouro destacou que “quer a receita fiscal, quer as contribuições da Segurança Social cresceram a ritmo superiores” aos antecipados no final 2016.

O ministro destacou ainda o reforço do investimento público em 2017, referindo que aumentou 25%, ou 682 milhões de euros, face ao ano anterior.

A despesa pública em investimento passou de 2.733,8 milhões de euros em 2016 para 3.415,4 milhões de euros em 2017, segundo dados de hoje do INE.

Já sobre se o Governo mantém para este ano a previsão de um défice de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo que haja uma injeção de capital do fundo de resolução no Novo Banco, Centeno não respondeu diretamente, referindo apenas que, “em 2018, o progresso feito em direção àquilo que é o objetivo de médio prazo vai continuar”.

“Todas as contingências que estão por detrás da execução das contas públicas vão ser consideradas nesta evolução e entre elas também aquilo que possa resultar do processo de capitalização do Novo Banco”, afirmou.

O também presidente do Eurogrupo considerou, por fim, que a consolidação das contas públicas que vem sendo feita permite a Portugal ficar mais protegido face a uma eventual evolução negativa.

“Seria inconcebível e imperdoável que o Governo português não aproveitasse essa situação para colocar as finanças públicas em Portugal num patamar de segurança face a um futuro sempre incerto, com o qual os portugueses foram confrontados num passado recente e de não de boa memória”, disse.

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