“Hoje mesmo tivemos notícias do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) que nos levam a pensar que, de facto, o ponto mais crítico desta contração económica já ficou para trás”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
Falando em Felgueiras, no distrito do Porto, onde visitou uma empresa de calçado e reuniu com representantes do setor, o governante referiu que, apesar de se assistir ainda “ao crescimento do número de desempregados”, verifica-se que “em junho já houve mais ofertas de emprego e mais colocações de trabalhadores do que em maio.
“Ainda é muito pouco, mas claramente já existe aqui um abrandamento na subida de desemprego”, acentuou.
Para Pedro Siza Vieira, “foi muito importante verificar na resposta ao inquérito do INE que 99% das empresas dizem que já estão em funcionamento e que as perspetivas de liquidez são agora melhores do que foram em abril”, altura em que vigorava o estado de emergência devido à pandemia de covid-19.
“Agora, que a atividade económica começa a retomar, embora lentamente, o apoio [às empresas] tem de ser dirigido para comparticipar e apoiar o pagamento dos salários que ainda não estão a trabalhar em pleno”.
O ministro insistiu que o momento atual “é de uma grande incerteza”, recordando que a taxa de subutilização do trabalho, em fevereiro, antes da pandemia, era de 12,4% e agora ultrapassou os 15%”. Contudo, prosseguiu, aquilo que também se verifica é que “o ritmo de crescimento do desemprego abrandou claramente”.
“Em junho, pela primeira vez, tivemos mais ofertas e mais colocação de trabalho do que nos meses anteriores”, reforçou aos jornalistas.
A propósito das dificuldades das empresas produtoras de calçado que hoje a APICCAPS (Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos) evidenciou, Pedro Siza Vieira defendeu que “o setor está a enfrentar grandes transformações estruturais dos mercados internacionais”.
“Em cima desta transformação estrutural, que era um desafio grande, temos agora esta crise. É preciso trabalhar muito de perto com as empresas, no sentido de ajudar a atravessar estes momentos difíceis, este vale profundo de uma contração muito grande da procura para que, no próximo ano, possamos estar todos nas melhores condições para aproveitar a retoma do mercado”, referiu, indicando que “as empresas portuguesas têm à sua disposição uma panóplia muito grande de apoios, em função da sua própria situação”.
“Toda a resposta do Governo tem sido, desde o primeiro momento, flexível e aberta, para tentar responder às circunstâncias que vão mudando”, concluiu.
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