"O que estamos a ver no setor mineiro é que está, de facto, a mexer e bem", disse Manuel Caldeira Cabral aos jornalistas, após a cerimónia de inauguração do Centro de Estudos Geológicos e Mineiros do Alentejo (CEGMA), na vila de Aljustrel, no distrito de Beja.
Segundo o ministro, o atual Governo tem tentado "dar um incremento" e conseguiu "uma expansão" de projetos existentes e deu "um dinamismo grande e um avanço importante" a novos projetos, que "estavam parados", como os do lítio.
Por outro lado, frisou, em Portugal, há projetos em várias regiões que "estão, de facto, a avançar da parte da prospeção para a parte da exploração de forma muito promissora e o que queremos é que avancem e que criem emprego".
O Governo também deu "muita relevância" ao "aspeto do conhecimento", sobretudo da riqueza do subsolo, disse, alertando que "o conhecimento do que é o nosso subsolo é o conhecimento do que é a nossa riqueza e a riqueza que está debaixo da terra e que não sabemos que lá está não é coisa nenhuma".
Por outro lado, "a riqueza que está debaixo da terra e que sabemos identificar e mapear é o nosso potencial e é esse potencial que vai trazer investidores e criar empregos e futuro, num setor que está a ter um presente muito mais promissor do que tinha há uns anos, mas que queremos que tenha um futuro muito mais promissor ainda", sublinhou.
Neste sentido, o ministro destacou "a importância e o contributo" do trabalho desenvolvido no CEGMA, que foi criado pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia para identificar, valorizar e promover a exploração dos recursos mineiros em Portugal.
O país tem mais de 600 quilómetros de amostras resultantes de prospeções feitas no subsolo da Faixa Piritosa Ibérica desde os anos 60 do século XX e que estão arquivadas na litoteca do CEGMA.
Mas, "muito" do material recolhido "não está devidamente tratado, mapeado e cartografado e, principalmente, não está sistematizado em suportes informáticos" para ser consultado por quem quer saber quais são os melhores sítios onde pode investir em prospeções e explorações, disse o ministro.
"O valor cria-se pelo conhecimento" e, por isso, o CEGMA está a trabalhar para "gerar conhecimento" e, desta forma, "garantir uma extensão da vida das minas" atualmente em exploração e "de mais minas, mais minérios e de outras possibilidades de riqueza do subsolo", frisou.
No entanto, "explorarmos ao máximo a riqueza das minas não nos dispensa do trabalho da diversificação da economia", defendeu, apontando como um "bom exemplo" o trabalho do presidente da Câmara de Aljustrel, Nelson Brito, que, "valorizando bem o papel das minas" na economia do concelho, "tem feito um enorme esforço para atrair outras atividades, porque uma terra não pode depender de uma única atividade", como a mineira, que "é cíclica e vai sempre depender dos preços mundiais" dos minérios.
Nesta lógica, na sua intervenção na cerimónia, Nelson Brito, apesar de frisar que o município quer "acarinhar" o setor mineiro para "que continue com o vigor que está a ter", defendeu a necessidade de Aljustrel "procurar alternativas económicas sustentáveis", sobretudo nas áreas da agricultura e da indústria, para a "excessiva dependência" da economia local em relação ao setor mineiro.
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