As estimativas da agência de notação financeira hoje divulgadas num relatório sobre Portugal revelam-se assim mais pessimistas do que as da Comissão Europeia, divulgadas este mês.
Bruxelas alinhou a sua previsão com a do Governo para este ano (1,8%), mas admite um abrandamento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 para os 1,6%.
O défice português, por sua vez, segundo a Moody’s deverá deteriorar-se para 2% do PIB em 2018.
A Moody’s sinaliza ainda o elevado nível de dívida pública, estimando que esta cairá gradualmente, ainda que se deva fixar em torno de 125% do PIB em 2020.
Este relatório não altera o ‘rating’ de Portugal, uma vez que a 05 de maio a agência optou por manter a notação do país em em Ba1, o primeiro nível da categoria de investimento especulativo, ou lixo.
O ‘outlook’, que classifica a perspetiva para a evolução da dívida, mantém-se "estável".
"O perfil de crédito de Portugal é compatível com a recuperação económica, o seu regresso ao mercado de capitais, a diversificação da economia e os níveis de riqueza média relativamente elevados”, refere o vice-presidente da Moody’s e co-autor do relatório, Evan Wohlmann.
As restrições do país dizem respeito “à sua dívida muito elevada”, uma das mais altas da União Europeia e a mais elevada dos países classificados pela Moody’s com Ba1.
Assim, apesar de esperarem que a dívida comece a baixar, os autores do relatório acreditam que qualquer redução será apenas gradual.
No documento, a Moody’s mantém a sua preocupação com o elevado nível de endividamento do setor privado, agravado pela fraqueza do setor bancário, “apesar de um número significativo de desenvolvimentos positivos ocorridos em 2017 que ajudaram a fortalecer a estabilidade do setor bancário”.
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