O comissário europeu falava no Ministério das Finanças, em Lisboa, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da pasta, Mário Centeno, onde admitiu que "há ainda muito trabalho a fazer" para fazer face aos desafios económicos que são familiares a todos os Estados-membros.
Moscovici deixou uma mensagem de "encorajamento e confiança", afirmando que Portugal "está a recuperar, está a reformar" e que "a Comissão Europeia estará ao seu lado neste caminho".
Já hoje de manhã na comissão parlamentar dos Assuntos Europeus, Moscovici tinha afirmado que a "economia portuguesa reencontrou o caminho do crescimento".
"Devemos ficar contentes, nomeadamente porque isso permitirá, segundo as nossas previsões, um recuo do desemprego, cujo valor deve atingir os 10% em 2017, ficando na média da zona euro. É uma melhoria substancial", disse, acrescentando que espera que "o futuro demonstre que o otimismo português era justificado".
Sobre o facto de as sanções e o congelamento de fundos serem suspensos disse que sempre considerou "perigosa a via das sanções e da suspensão de fundos", admitindo que "pode acontecer, se as regras do Pacto não forem respeitadas", mas acrescentando que, se esta pode ser evitada "através de um diálogo com as autoridades nacionais, é sempre melhor".
"Estamos num momento em que os cidadãos duvidam da Europa e se pensam que a Europa é uma punição ou uma sanção e não têm esperança na capacidade de diálogo vão virar-se contra a Europa. Temos de ter atenção a isso", alertou.
No que diz respeito à proposta de Orçamento do Estado para 2017 e ao "risco de não conformidade", Moscovici afirmou que "dos oito países em risco de não conformidade, Portugal é o melhor aluno, porque tem o risco menor".
Tal como de manhã, o comissário europeu voltou à tarde a dizer que Bruxelas não vai exigir medidas adicionais a Portugal, desde que o risco não se materialize.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou, por sua vez, que o momento é o de dar "um conjunto de boas notícias a Portugal".
"É essa a mensagem a realçar neste momento, porque o que mudou foi que Portugal está num caminho de crescimento, de cumprimento das metas. É o país que mais cresce na zona do euro, (...) estamos aqui para testemunhar que Portugal é um país que cumpre os seus compromissos", disse o ministro.
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