“A margem EBITDA [indicador de rendibilidade] deverá permanecer em linha com níveis históricos”, sendo o investimento de 200 a 250 milhões de euros “parcialmente financiado por adiantamentos” e “focado em negócios menos cíclicos e com uma geração de ‘cash-flow’ resiliente (não-E&C — Engenharia e Construção)”, avança a construtora numa apresentação dos resultados de 2019 e perspetivas para 2020 enviada à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).
Segundo adianta, o “investimento significativo” previsto “irá contribuir para a geração de ‘cash-flow’ estável proveniente de projetos de longo-prazo e com maior rendibilidade”, designadamente a mineração, A&S (Ambiente e Serviços), energia e concessões.
Apontando como foco a “geração orgânica de ‘cash-flow'”, a construtora baseia a “expectativa de aumento do volume de negócios” numa “aceleração da atividade de E&C na Europa, África e América Latina” e diz ter uma carteira de encomendas” com projetos interessantes em vários mercados e perspetivas comerciais positivas para 2020″.
Segundo os resultados hoje divulgados, em 2019, a Mota-Engil atingiu um volume de negócios de 2,8 mil milhões de euros (+2,2%), num ano em que o grupo viu o lucro subir 13% para 27 milhões de euros.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) fixou-se em 420 milhões de euros, com uma margem de 15%, com os negócios não construção de representarem 24% do total.
O volume de negócios chegou aos 2.848 milhões, “com contributo balanceado entre regiões e com os negócios não construção a representarem 19% do total”, acrescenta o grupo.
O resultado financeiro de 2019 foi “positivamente influenciado por ganhos cambiais, enquanto os custos financeiros permaneceram estáveis”, refere a informação divulgada pela CMVM.
A empresa teve no ano passado uma carteira de encomendas de 5,4 mil milhões e, ao nível do desempenho financeiro, o grupo teve um investimento de 262 milhões de euros.
A dívida líquida da Mota-Engil atingiu os 1.185 milhões de euros.
As receitas da Mota-Engil cresceram 2% na Europa e 11% em África. A América Latina contrariou a tendência, recuando 11% para 950 milhões de euros, num período em que, de acordo com a empresa, a “execução de projetos no Brasil e no Peru apresentou subida de dois dígitos”.
Por regiões, na Europa o volume de negócios atingiu os 880 milhões de euros e em África os 1.007 milhões, com a empresa a estimar que Moçambique seja o principal contribuidor para o crescimento durante os próximos anos devido aos contratos em execução (Vale) e aos “potenciais novos contratos que possam vir a ser adjudicados”, mantendo a Mota-Engil uma “forte operação” nos outros mercados principais. Na América Latina, o volume de negócios atingiu os 950 milhões de euros.
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