Em conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2017, em Lisboa, Nuno Amado afirmou que a administração que lidera está já a preparar um novo plano de reestruturação “a três ou quatro anos”, que será apresentado pelo verão.

O plano será já apresentado com a nova administração do banco, que será eleita na assembleia-geral de maio, e na qual a imprensa tem avançado que Nuno Amado se deverá manter como presidente executivo.

O gestor disse hoje que o plano em esboço prevê que o banco aumente o investimento em novas tecnologias e na digitalização, acompanhando a evolução que se passa no setor e no tipo de serviços que os clientes querem, para conseguir mais receitas.

Ao mesmo tempo, acrescentou, o banco fará “ajustes significativos” para ter “níveis de eficiência fortes”.

“Temos de ter rácios de ‘cost to income’ [custos sobre receitas] de 40% ou abaixo”, afirmou Nuno Amado, considerando que só assim o banco será competitivo com outras instituições.

O BCP tinha, no final de 2017, um rácio ‘core to income’ de 47,1% (excluindo itens específicos), abaixo dos 51,5% de 2016.

Já questionado sobre eventuais cortes de custos, e nomeadamente sobre saída de trabalhadores, Nuno Amado recusou antecipar o que virá no plano, mas afirmou que o corte nas despesas que vêm sendo feitos são para continuar e recordou as 140 pessoas que saíram do BCP em 2017.

“Houve redução normal de 140 pessoas do quadro e houve controlo de custos grande. Se não controlarmos os custos estamos mortos”, afirmou.

O gestor disse que no plano que está a ser desenhado “não há objetivo de corte de pessoal”, mas admitiu a vir fazer outras políticas de controlo de custos com trabalhadores.

“Assim haja cooperação por parte dos sindicatos para coisas que possamos pensar no futuro, como já houve no passado”, disse.

O BCP fechou 2017 com 7.189 trabalhadores em Portugal, menos 144 do que em dezembro de 2016.

O banco divulgou hoje que teve lucros de 186,4 milhões de euros em 2017, cerca de oito vezes os 23,9 milhões de euros conseguidos em 2016.