Sete anos depois do início da construção entre Vila Real e Amarante, a Autoestrada do Marão – Túnel do Marão abriu a 8 de maio permitindo a ligação à Autoestrada 4 (A4) para o Porto e para Bragança.
Meio ano após, utentes, empresários e autarcas fizeram à agência Lusa um “balanço muito positivo” da nova infraestrutura.
Médica a viver no Porto, Paula Marques desloca-se diariamente para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real.
A viagem demora cerca de 50 minutos e custa 1,95 euros (veículos classe 1), mas a clínica não teve qualquer dúvida em optar pela nova autoestrada em detrimento do Itinerário Principal 4 (IP4).
“Porque pelo túnel é muito mais rápido e sobretudo muito mais seguro, não se apanha trânsito, camiões em circulação lenta e, mesmo no inverno, em termos de gelo e de neve, julgo que é muito mais seguro vir pelo túnel do que pelo IP4”, afirmou a médica à Lusa.
Em seis meses, o maior túnel rodoviário da Península Ibérica foi atravessado por 2,1 milhões de veículos e arrecadou 3,6 milhões de euros de receitas. Atraiu tráfego do IP4, mas também de outras autoestradas como a A24 e a A7.
“Já não passa pela cabeça de ninguém passar pelo IP4 nesta altura”, sublinhou o presidente da Associação Empresarial de Vila Real – Nervir, Luís Tão.
O responsável disse ainda que da parte dos empresários, que no início ainda faziam contas ao que iriam pagar em portagens, agora a maioria opta pela nova infraestrutura até porque, frisou, a “segurança é também um fator muito importante”.
“Não se pode fazer ligação direta entre mais investimento e o túnel, pelo menos para já. Há sim uma mudança de comportamentos entre os utentes e as empresas que passaram a usar a nova autoestrada”, salientou.
Luís Tão considerou, no entanto, o túnel “como mais um fator de atratividade para Vila Real”. A mesma certeza tem o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.
“O Túnel do Marão ajudou a tornar Vila Real numa cidade mais atrativa também em termos económicos. É isso que sentimos. É essa a nossa perceção”, sustentou o autarca, que considerou que este é precisamente o concelho “que mais beneficia” com a via.
“Ficamos a pouco mais de 50 minutos do aeroporto e uma hora do porto de Leixões e verificamos que há um conjunto de empresas que olham para nós por um outro prisma, uma outra perspetiva mostrando, até algumas uma intenção de investir no concelho de Vila Real”, afirmou Rui Santos.
O autarca contabilizou os movimentos da derrama e do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e disse que, comparado com o ano anterior, se verificaram “acréscimos muito significativos na arrecadação deste tipo de impostos”.
O que, na sua opinião, “significa que há movimento económico, que há vida económica e que essa vida económica tem vindo a crescer e esse movimento tem vindo a crescer”.
“Os investimentos não têm uma relação direta com o Túnel do Marão mas acho que quando as coincidências são muitas é porque não são coincidências nem são acasos”, concluiu.
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