"Para o BE é essencial que o descongelamento de carreiras seja feito no período desta legislatura", sublinhou Catarina Martins, sinalizando que há "apenas dois Orçamentos" do Estado para o fazer.

Para a bloquista, o Governo "empurrou o dossiê do descongelamento das carreiras até agora" e não faz sentido um plano de descongelamento onde seja dito aos trabalhadores que o mesmo só será efetivado "quando este Governo já não for Governo", ou seja, num prazo superior a dois anos.

A líder do BE falava aos jornalistas em Lisboa, à margem de uma passagem pelo protesto das estruturas representativas dos funcionários da PT/Meo, que convocaram para hoje uma concentração de trabalhadores em frente à sede, exigindo "posições firmes e duras contra a gestão da Altice".

Catarina Martins foi depois questionada sobre a proposta apresentada esta manhã pelo CDS-PP de que o Orçamento para 2018 integre a isenção de pagamento de IRS nas horas extraordinárias, uma proposta que a bloquista considerou "absurda".

"Lembro que o CDS legislou para as horas extraordinárias serem mais mal pagas. Precisamos é de rever a lei para o trabalho extraordinário e suplementar voltar a ter um pagamento que seja digno", sublinhou, acrescentando que os patrões, a avançar a proposta do CDS-PP, poderão "abusar ainda mais das horas extraordinárias".

"O BE tem dito, e essa é a sua posição de sempre, é que preciso valorizar mais o trabalho suplementar e extraordinário, porque deve ser a exceção e não a regra", prosseguiu Catarina Martins.

No que refere às negociações com o Governo e o PS para o Orçamento do próximo ano, o BE sinaliza ainda prioridades como a atualização de pensões e apoios sociais e as mexidas nos escalões de IRS: "Temos muitos dossiês em aberto, estamos a trabalhar, é um trabalho difícil", reconheceu.

De todo o modo, há da parte bloquista uma "enorme vontade de chegar a bom porto", indicou a líder do partido.