"Com toda a sinceridade, é difícil o PSD votar a favor de um Orçamentou ou até abster-se, deixar passar um Orçamento que vai ser feito numa lógica distinta daquela que entende? É dificílimo, porque o produto final não vai ser, quase de certeza, aquilo que nós queremos. Outra coisa é não conhecer o documento e já estar contra. Não acho que seja credibilizador", defendeu Rui Rio, após uma audiência com o Presidente da República.
Para o presidente do PSD, é "um erro político" anunciarem-se votos contra documentos que ainda não existem, como fez a líder do CDS-PP na segunda-feira.
O líder social-democrata falava aos jornalistas após sair de uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, na qual expressou preocupação por um documento orçamental que não deverá ter em conta o "abrandamento da atividade económica", já que será realizado para "acomodar reivindicações do BE e do PCP".
"Continuo a ter como muitíssimo provável a aprovação do Orçamento do Estado (OE) pelos partidos da esquerda, nos mesmo termos de até à data, com a preocupação de acomodar reivindicações populares de cada um e não fazer frente à economia nacional", afirmou.
Acompanhado pelos vice-presidentes David Justino e Elina Fraga, e pelo líder parlamentar, Fernando Negrão, e pelo secretário-geral, José Silvano, Rui Rio apontou para o lado da maioria de esquerda: "O PSD aqui está sentado a ver qual a proposta de Orçamento que vai aparecer".
Questionado pelos jornalistas, o presidente do PSD disse que não falou com a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, sobre um eventual governo formado pelos dois partidos em caso de chumbo do OE, como admitiu à TVI na semana passada, reiterando que está convencido que o documento é aprovado por PS, BE, PCP e PEV.
Apontado os compromissos de António Costa ao Presidente da República em 2015, Rui Rio sublinhou que, se o Orçamento não passar, tal significa que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS "não tem alternativa à esquerda".
"Aquilo que aconteceu em 2015 foi uma vitória eleitoral do PSD com o CDS, portanto, tinha de referir o CDS", afirmou, referindo-se à entrevista que deu á TVI na semana passada.
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