Este debate entre duas deputadas jovens do PS e PSD abriu o segundo e último dia da discussão na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2020 na Assembleia da República.

Maria Begonha, também vice-presidente da bancada socialista, considerou que a proposta orçamental para o próximo ano tem "boas notícias para os jovens portugueses", tendo em vista a sua emancipação.

"Assiste-se a um reforço do investimento na habitação com rendas mais justas e não foram esquecidos os estudantes deslocados. Haverá mais camas para os estudantes do Ensino Superior", advogou.

Segundo a líder da JS, em 2020, o país continuará num caminho de "redução das propinas" e entrará em vigor o IRS Jovem, destinado a quem entra no mercado de trabalho e com um prazo de três anos.

Foi precisamente por este ponto que pegou a deputada social-democrata Sofia Matos.

"O IRS Jovem é mesmo muito jovem, porque só abrange quem tem entre 18 e 26 anos e, sobretudo, quem é trabalhador por conta de outrem. Deixa de fora a maioria dos jovens", declarou.

A deputada do PSD criticou ainda a política de natalidade do Governo por limitar as majorações em termos de prestações sociais e o aumento deduções fiscais a partir do segundo filho, quando a maioria das mulheres na casa dos 30 anos tem apenas um filho.

"Estamos perante uma proposta de Orçamento do Estado manipuladora, com condições irrealistas", sustentou.

Na resposta, Maria Begonha recorreu ao passado e acusou o último Governo PSD/CDS-PP de ter originado "um desemprego histórico entre a população jovem".