O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, estão hoje a apresentar aos partidos as linhas gerais da proposta do OE2021.
No final da reunião, na Assembleia da República, a deputada Cecília Meireles afirmou que este é um orçamento “que dá muito menos importância à iniciativa privada, do que dá à função pública, do que dá ao investimento público e que acha que o motor da economia é o Estado e o investimento público”.
“Eu acho que quem fica esquecido neste orçamento é precisamente o investimento privado, e as empresa e os seus trabalhadores, que lutam para sobreviver numa economia que é ainda muito incerta”, salientou.
Na ótica dos centristas, “para salvaguardar postos de trabalho é preciso que estas empresas sobrevivam”, pelo que defendem “medidas fiscais ou medidas de apoio a fundo perdido que fossem transversais a todas as empresas”.
“E percebemos que não é isso que está previsto. O que está previsto são ou medidas fiscais cirúrgicas ou a continuação da política das linhas de crédito que resolve o problema de algumas empresas mas que no futuro se vai transformar num enorme problema”, atirou Cecília Meireles.
Questionada como vai o partido votar a proposta de Orçamento do Estado para 2021, a deputada afirmou que primeiro é necessário conhecer o documento, mas salientou que “naturalmente o CDS representa uma alternativa a este Governo e a este orçamento, que é negociado e elaborado à esquerda”.
“Não prevejo nenhuma boa surpresa do lado do orçamento, acho que o orçamento ficará muito aquém do que era esperado”, criticou.
Cecília Meireles defendeu igualmente que “o mais importante em anos de pandemia não é o défice”, mas sim “perceber” se os fundos europeus que Portugal vai receber serão destinados a “reformas a sério e para Portugal não estar sistematicamente a discutir os últimos lugares no ‘ranking’ do crescimento” ou se, por outro lado, serão utilizados “para gastar dinheiro, distribuir dinheiro”.
“E ao fim de três ou quatro anos termos perdido uma oportunidade de dar a volta, eu acho que isso é o mais importante”, acrescentou.
A centrista destacou ainda a importância de “perceber o que é que vai ser a economia portuguesa nos próximos 10 ou 20 anos”, ao nível das oportunidades para os portugueses.
“É nisso que vale a pena apostar e eu acho que este Orçamento não dá essa resposta. Diz ‘nós vamos tomar algumas medidas porque vai haver dinheiro e dinheiro europeu para isso’, mas não resolve nada do que é de fundo”, frisou.
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