"Ou o Orçamento do Estado encontra forma de pagar adequadamente, principalmente até em termos de pandemia, mas não só, ou então corremos o risco de os bombeiros não ficarem operacionais, e se não estiverem devidamente operacionais por via desse constrangimento o Estado tem de vir a encontrar no futuro forma para o setor dos bombeiros que garanta essa eficácia", afirmou, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião com a corporação de Bombeiros Voluntários de Castelo de Paiva.

Rui Rio referiu que aquela corporação, como outras no país, queixa-se da "escassez do apoio financeiro", situação agravada por via da pandemia de covid-19 na "medida em que têm custos adicionais para se protegerem" e isso, sublinhou, "não tem apoio público".

"Ou nós conseguimos manter as associações humanitárias com um nível financeiro minimamente satisfatório ou senão, naturalmente, terá de haver uma reforma em Portugal de modo a que os bombeiros possam funcionar adequadamente", reiterou, sublinhando que "aquilo que não é prudente é não ter os bombeiros devidamente equipados".

Questionado pelos jornalistas, o líder social-democrata escusou-se, contudo, a adiantar se a reforma de que fala passaria pela profissionalização de mais corpos de bombeiros.

"Há muitas ideias, eu não queria estar aqui agora a avançar ideias que desinseridas num dado contexto até podem ser polémicas, mas o que é verdade é que não podem os corpos de bombeiros ter as carências que têm. Realmente é preciso encontrar uma solução", referiu, salientando que este é um problema transversal, embora o caso da corporação de Castelo de Paiva "não seja dos mais dramáticos".

De acordo com o social-democrata, a associação enfrenta diversos constrangimentos financeiros, seja ao nível do investimento, dos equipamentos e das despesas correntes, agravados pela pandemia.