Sebastião Santana falava aos jornalistas à saída de uma reunião com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, onde as governantes apresentaram uma proposta de um aumento salarial mínimo de cerca de 52 euros em 2023, que será repetido nos anos seguintes, até 2026.
"O Governo mais uma vez apresenta uma proposta de atualização salarial que fica muito aquém daquilo que é a inflação média verificada", sublinhou o líder sindical, acrescentando que "não responde desde já à necessidade imediata de fazer face à perda de poder de compra em 2022".
Sebastião Santana referiu que há uma nova reunião agendada para sexta-feira com o Governo, mas considerou que "o primeiro impacto foi muito longe de ser positivo porque não responde no concreto aos problemas dos trabalhadores da administração pública".
O líder da Frente Comum considerou ainda que "será muito complicado fazer negociações plurianuais" tendo em conta "que todos os anos a economia muda" e disse não abdicar do processo de negociação anual.
Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que garantiu na semana passada, no parlamento, que a proposta não desonraria o Estado, Sebastião Santana comentou que "questões de honra e de moral não costumam caber nas mesas negociais".
"Nós não vamos apelidar a proposta de desonrosa do Estado, mas vamos classificá-la como insuficiente e que vai levar ao empobrecimento dos trabalhadores", acrescentou.
O Governo propôs hoje aos sindicatos da administração pública aumentos salariais entre 8% e 2%, com garantia de um mínimo de cerca de 52 euros.
Este novo mecanismo de atualização é plurianual, sendo válido até 2026, embora possam ocorrer algumas revisões a cada ano, consoante a realidade económica e financeira do país, disse a ministra da Presidência à Lusa.
Em 2022, a generalidade dos 740 mil funcionários públicos teve aumentos salariais de 0,9%, em linha com a inflação verificada em 2021, retirada a deflação.
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