Os dados que estão disponíveis na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) mostram que, no total, foi aprovada a resolução de reembolso antecipado de 2,343 mil milhões de euros de valor nominal de obrigações, o que corresponde a 37% do objectivo global definido para o sucesso da operação.

“Das restantes 27 séries de obrigações, em 15 delas houve quórum mas não foi obtido o número de votos necessários à aprovação da resolução, enquanto nas restantes 12 séries não existiu quórum suficiente para a realização da assembleia”, lê-se numa nota interna enviada aos colaboradores do Novo Banco pela administração, a que a Lusa teve acesso.

Assim, será convocada uma segunda assembleia, que já estava agendada para 29 de setembro, em que o quórum necessário passará a ser de um terço.

A equipa de gestão do Novo Banco, liderada por António Ramalho, destacou que “para as 27 séries que não aprovaram ou ainda não aprovaram a resolução, o período de aceitação da oferta continua a decorrer até ao dia 02 de outubro”.

E rematou: “O banco não pode deixar de agradecer o esforço das suas equipas comerciais e operacionais que durante o mês de agosto asseguraram o sucesso desta fase da operação. Recordamos que a operação terminará a 02 de outubro”.

As assembleias decorreram na sexta-feira, em Londres, e para a aceitação da oferta de compra das obrigações do Novo Banco era necessária a existência de um quórum de dois terços e obter uma maioria qualificada de votos favoráveis de três quartos.

Em 25 de julho, o Novo Banco lançou uma oferta de recompra de dívida própria, com que prevê conseguir poupanças de 500 milhões de euros, uma operação essencial para que seja concretizada a venda do banco ao fundo norte-americano Lone Star.

O Novo Banco indicou as 36 séries de emissões de dívida sénior abrangidas pela oferta (com maturidades entre 2019 e 2052) em que é proposto aos detentores dos títulos a sua recompra, pagando já dinheiro por esses títulos para evitar que cheguem à maturidade, com o respetivo pagamento de juros e capital.

Para que a oferta seja considerada de sucesso, o Novo Banco diz que tem de conseguir poupanças em juros e capital que permitam “o reforço dos capitais próprios no Novo Banco em, pelo menos, 500 milhões de euros”.

A oferta abrange títulos de dívida com um valor nominal global de 8,3 mil milhões de euros, “correspondente a cerca de 3 mil milhões de euros de passivo contabilístico”, segundo o banco.

Os títulos em causa foram emitidos pelo Novo Banco (através das sucursais de Londres e do Luxemburgo) e pelo NB Finance (originalmente emitidos pelo BES Finance).

A oferta arrancou em 25 de julho, pelas 08:00 (hora de Lisboa), e decorre até 02 de outubro, estando a liquidação prevista para 04 de outubro.