Este meio de comunicação avança que a preocupação para com o caso português já tinha sido levantada antes da entrega do orçamento por parte de Portugal, numa reunião a 14 de janeiro, onde a Holanda puxou pelo assunto, quando este não estava na agenda de trabalhos.
De acordo com fontes contactadas pelo Observador, foi, no entanto, a 9 de fevereiro, na terça-feira de Carnaval, na reunião do Eurogroup Working Group, onde era preparada a reunião com os ministros das Finanças da Zona Euro, dois dias mais tarde, que a questão das medidas adicionais foi falada pela primeira vez.
Tudo terá começado por causa de uma crítica dirigida pelo representante português ao comunicado emitido pela Comissão Europeia, a 5 de fevereiro, que alegadamente teria dado demasiada importância às diferenças entre as posições do governo português e da Comissão Europeia, onde o otimismo excessivo era visto com desconfiança por parte da instituição europeia, o que teria agitado os mercados e a subida de juros.
A Alemanha emitiu a sua opinião, alegando que no caso de Portugal, o comunicado do Eurogrupo teria de ser diferente, em relação a países com posições semelhantes de incumprimento, como a Itália e a Áustria. Entre os países com posições mais duras sobre Portugal destacaram-se a Holanda e a própria Áustria.
O resultado foi um comunicado do Eurogrupo onde se exigia a preparação de medidas adicionais a ser levadas a cabo quando fosse necessário. Apesar de ter evidenciado a sua posição, a Alemanha deixou para a Comissão Europeia a responsabilidade formal de exigir as medidas. No entanto, ao contrário de outros países, foi exigido um calendário para que essas medidas entrassem em vigor, escreve o Observador.
Contudo, a Comissão Europeia só vai avaliar o Plano B proposto por Mário Centeno e o esforço a ser pedido, depois de serem disponibilizados e analisados os dados finais do défice orçamental de 2015, publicados a 24 de março, do Programa de Estabilidade e Crescimento e do Plano Nacional de Reformas, que devem ser enviados para avaliação em meados de abril, e depois da atualização das previsões económicas da Comissão Europeia, divulgada em maio.
Mas por que razão a Comissão Europeia não chumbou logo o orçamento? Esta questão foi levantada por vários representantes europeus, uma vez que a Comissão pretende exigir medidas adicionais. De acordo com o Observador, o orçamento só podia ter sido chumbado se as medidas tivessem sido mal calculadas, com base no cenário macroeconómico português. A avaliação final será feita depois da publicação das previsões económicas europeias, no próximo mês de maio.
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