"Para o PCP, a irresponsabilidade não está nos que querem empreender um caminho de recuperação da nossa soberania monetária, mas nos que recusam que o país possa estudar e preparar-se para esse objetivo. 20 anos depois da entrada na moeda única, a experiência está feita: o euro não serve a Portugal, assim como não serve aos demais povos da Europa", disse, na sede partidária.

Segundo o membro da comissão política do Comité Central comunista, "as proclamações oficiais da União Europeia repetem de forma mecânica, dogmática e não fundamentada a ideia de ‘sucesso', mas um balanço sério e responsável desmente essa ideia propagandeada e dá razão a todos aqueles que, como o PCP, denunciaram, desde o primeiro momento, a sua natureza e objetivos e alertaram para as consequências da adesão ao euro".

"Tal como o PCP denunciou há mais de 20 anos, o euro revelou-se um instrumento contrário aos interesses nacionais, desenhado à medida da realidade económica e interesses do diretório de potências, particularmente da Alemanha", declarou.

Ângelo Alves afirmou que a moeda única "não foi nem o ‘escudo' nem a mirífica ‘solução' para as crises económicas do capitalismo" e expôs Portugal a "autênticos processos de extorsão como o que se verificou com o pacto de agressão imposto pelas ‘troikas'.

"Medidas como as baixas taxas de juro ou a liquidez injetada pelo Banco Central Europeu não se traduziram em mais investimento e crescimento económico" e "as dívidas públicas mantêm-se em níveis insustentáveis", além de os "estímulos orçamentais" serem "dificultados ou mesmo impossibilitados pelos férreos constrangimentos e regras do euro e da União Económica e Monetária", vincou.

O dirigente do PCP lamentou que as últimas duas décadas tenham correspondido a "um longo período de estagnação e recessão económicas" e que a moeda única tenha funcionado "como um colete de forças do qual é necessário libertar o país".

"Portugal precisa de uma política monetária soberana adequada à realidade e potencialidades económicas do país (...), uma gestão monetária, financeira, cambial e orçamental soberanas (...), que fomentem a produção, o emprego e o crescimento (...), e de contar com um verdadeiro banco central nacional que suporte o seu projeto de desenvolvimento", além de "abandonar o Pacto de Estabilidade e Crescimento, todos os seus derivados, o Tratado Orçamental, a Governação Económica, o Semestre Europeu", defendeu.

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