"As conversas que tenho com o primeiro-ministro não são matéria pública", respondeu o ministro, depois de questionado se debateu a ideia de levar o plano de reestruturação da TAP à Assembleia da República. Pedro Nuno Santos falava, em entrevista, esta sexta-feira, na SIC, explicando que não precisa "de colinho" para tomar decisões.

"O parlamento tem a capacidade de travar transferências. Uma intervenção desta dimensão exige estabilidade. Estamos a falar de uma intervenção que tem impacte em orçamentos — e governos — futuros", defende o ministro das Infraestruturas.

Pedro Nuno Santos já tinha admitido ao 'Expresso' ter vontade de levar a discussão a debate em São Bento, mas António Costa depressa descartou a opção. Questionado sobre e essa discordância o diminui politicamente, o ministro recusa a falta de confiança.

O número de postos de trabalho a reduzir na TAP não deve ultrapassar os dois mil. Porém, para impedir que cerca de mais mil pessoas sejam despedidas, será necessário um corte de 25% nos salários, explica Pedro Nuno Santos. Mesmo "os dois mil não são inevitáveis", mas o ministro não vê o futuro com otimismo. "Todas as companhias aéreas estão muitas delas a necessitar de segundas vagas de intervenção", afirma.

Os salários até aos 900 euros não devem sofrer alterações, mas os despedimentos são transversais a todas as categorias profissionais na transportadora aérea.

"Estamos à espera de que a Comissão Europeia seja dura connosco", admite Pedro Nuno Santos, que espera ter uma resposta definitiva de Bruxelas no início de fevereiro. Só depois de aprovado pela Europa, os despedimentos se iniciam — até lá, há contratos que já não vão ser renovados.

Se o plano não for aprovado, a TAP entra em liquidação, o ministro admite que mais de dez mil pessoas podem ficar sem emprego.

Para Pedro Nuno Santos, nas negociações com Bruxelas a linha vermelha está na manutenção de um hub eficiente na Portela.