“Parece perdida a hipótese de um plano elaborado por um técnico independente contribuir para inverter 25 anos de quase estagnação portuguesa”, pode ler-se na nota de conjuntura de julho, elaborada pelo gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade.
Para o fórum, “transparece das propostas a vontade de não confrontar, nem na ideologia, nem na prática, os projetos políticos da geringonça”, uma orientação que, para a plataforma presidida por Pedro Ferraz da Costa, “é a base e a explicação” da “reduzida atratividade [de Portugal] para localização de atividades económicas modernas”.
“Não dedicar qualquer atenção, digna desse nome, nem à descapitalização do país e das empresas nem à atração do investimento estrangeiro só se pode dever a uma esperança de que o apoio financeiro europeu possibilite decisões menos baseadas em cálculos de mercado e mais numa visão do Estado”, defende a plataforma.
Na nota, o gabinete de estudos diz ainda que no plano de Costa Silva “há um ponto cuja ausência tem de ser vivamente lamentada: a educação e a formação profissional”.
É “essencial acompanhar o exercício que, em Espanha, um governo de ideologia semelhante ao nosso está a fazer em diálogo alargado”, defende.
Para o gabinete de estudos, o plano “é indiscutivelmente melhor no diagnóstico dos problemas mundiais e nos seus reflexos em Portugal do que na análise dos problemas europeus, o que é surpreendente pois que se destinaria a integrar um plano europeu a realizar com fundos europeus”.
O plano de Costa Silva apresenta propostas “de forma descoordenada” e “não se percebe qual o critério de seleção utilizado”, dizem os autores, criticando ainda a falta de “qualquer quantificação" das medidas.
Já no boletim do Fórum para a Competitividade, referente ao segundo trimestre deste ano assinado por Pedro Braz Teixeira, divulgado na semana passada, a plataforma criticou o plano de Costa Silva considerando ser “ultraintervencionista” e com uma “lacuna importante” na área da corrupção.
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