“É uma forma de alargar a nossa base de investidores e de atrair financiamento”, disse Centeno, no final de uma visita de três dias à China.

Além de reunir com o Banco do Povo Chinês (banco central), o ministro encontrou-se também com os responsáveis pelos principais bancos chineses: ICBC, Bank of China, Agriculture Bank of China e Postal Savings Bank of China.

“Ainda há algum trabalho a fazer, mas [as conversações] correram bem”, disse.

Portugal pode assim tornar-se o primeiro país da zona do euro a emitir títulos denominados na moeda chinesa, o renminbi – também designando yuan -, admitiu Mário Centeno.

Segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos da América, a China é também detentora das maiores reservas cambiais do planeta, no valor de 3,1 biliões de dólares.

A captação de capital na China estará, porém, dependente da evolução do ‘rating’ soberano português, atribuído pelas três maiores agências de notação financeira – Moody’s, Standard and Poor’s e Fitch -, que continuam a colocar o ‘rating’ do país como ‘lixo’.

Portugal precisa assim de garantir pelo menos uma avaliação BBB (baixo) a longo prazo, o primeiro nível de investimento.

Para que isso aconteça, é importante que o país saia primeiro do Procedimento por Défice Excessivo, o que deverá acontecer ainda “antes do verão”, segundo afirmou esta semana o primeiro-ministro, António Costa.

A acompanhar Mário Centeno estiveram a presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Cristina Casalinho, e o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Costa Novo.

A China tornou-se, nos últimos anos, um dos principais investidores em Portugal, comprando participações importantes nas áreas da energia, dos seguros, da saúde e da banca.

A internacionalização do renminbi é uma prioridade para Pequim, que quer contrariar a hegemonia do dólar norte-americano e negociar na sua moeda recursos como petróleo e ferro, dos quais é o maior mercado mundial, e facilitar os investimentos chineses além-fronteiras.

Em outubro passado, o renminbi aderiu formalmente ao cabaz de moedas do Fundo Monetário Internacional (FMI), um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países membros.

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