Estes são alguns dos principais dados do quadro económico-financeiro das relações bilaterais luso-marroquinas, cuja 13.ª cimeira entre os dois governos começa na segunda-feira em Rabat.
De acordo com os dados do executivo de Lisboa, Marrocos é um mercado com "fortes potencialidades de expansão" para os produtos portugueses, sobretudo pela sua proximidade geográfica, e constitui já um importante parceiro comercial".
Marrocos, segundo os indicadores do Instituto Nacional de Estatística (INE), foi o décimo cliente de Portugal em 2016, num mercado no qual estão envolvidas mais de 1.300 empresas exportadoras nacionais.
"Entre janeiro e setembro de 2017, as exportações para Marrocos registaram uma subida de 12,3% face ao período homólogo de 2016, correspondendo a 559,5 milhões de euros. A estrutura das exportações portuguesas para Marrocos, por grandes grupos de produtos, revela uma predominância dos combustíveis minerais (39,7% do total em 2016), dos metais comuns (19,1%) e das máquinas e aparelhos (9,5%)", refere-se nos mesmos dados aos quais a agência Lusa teve acesso.
Relativamente às importações provenientes de Marrocos, registou-se em 2016 uma forte concentração em dois grupos de produtos: máquinas e aparelhos (34%) e produtos agrícolas (24%).
Ainda no que respeita ao plano económico-financeiro, e na perspetiva do executivo de Lisboa, assiste-se igualmente a uma tendência para o "incremento das pequenas e médias empresas (PME) nacionais a operar em Marrocos, em detrimento das grandes empresas".
"Em termos setoriais, a presença nacional é cada vez mais diversificada. Para além da fileira da construção (construção civil, obras públicas e materiais de construção), verifica-se uma crescente penetração de empresas nas áreas da consultoria e engenharia, confeção, indústria farmacêutica, energia, agroindústria e serviços, assim como no setor automóvel", salienta o Governo português.
Já sobre os portugueses residentes em Marrocos, de acordo com dados fornecidos por fonte diplomática, estão inscritos na Embaixada de Portugal em Rabat 1.163 cidadãos - uma comunidade maioritariamente masculina (66%) que trabalha em empresas de capital nacional e que se concentra, sobretudo, no eixo Casablanca/Rabat, em Tânger e em Marraquexe.
"As atividades económicas desenvolvidas pelos portugueses inserem-se nos setores da construção civil (engenheiros, empreiteiros), comércio, indústria, têxteis, eletrónica e serviços, caracterizando-se a emigração para este país por ser constituída também por quadros técnicos jovens", especificou a mesma fonte.
No plano da justiça, no final de julho de 2017, encontravam-se presos em estabelecimentos prisionais marroquinos oito cidadãos nacionais.
Já a comunidade marroquina em Portugal é composta por 1.681 cidadãos, sendo a sexta maior comunidade de origem africana, depois dos cinco países lusófonos de África.
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