“Apresentámos um conjunto de medidas que se divide em duas partes. A primeira parte de medidas imediatas para fazer face ao prejuízo e estamos a estudar a possibilidade de criar uma linha de crédito de apoio à tesouraria ao fundo de maneio”, adiantou Maria do Céu Albuquerque.

A ministra falava à agência Lusa no final de um dia em Moimenta da Beira onde se reuniu com os autarcas das regiões Douro Sul e da Cova da Beira, cujas produções agrícolas foram afetadas por granizo no último fim de semana e gelo há um mês, tendo visitado a Cooperativa Agrícola do Távora e quintas de produção de maçã.

“Estamos também a estudar, de acordo com os levantamentos que estão a ser feitos, a possibilidade de, no âmbito do programa de desenvolvimento rural, abrir uma medida de apoio para restituir o potencial produtivo, nomeadamente quando os pomares ficaram completamente destruídos”, acrescentou a governante.

Uma das medidas a avançar de imediato e assumida na reunião, explicou a ministra, é a realização de “protocolos com as autarquias” para o Governo “poder financiar a 50% os tratamentos fitossanitários que têm de ser feitos já, imediatamente, após a queda do granizo que danificou as plantas”.

Segundo a governante, os prejuízos nestas duas regiões vão entre os 17 e os 20 milhões de euros e, perante estes números que as direções regionais do Norte e Centro “ainda estão a afinar”, o Governo vai decidir os montantes a apoiar.

“Ainda precisamos de afinar bem de que montantes estamos a falar para uma linha de crédito que sabemos que não vai corresponder a 100% aos prejuízos, mas é, no fundo, um incentivo para dar continuidade ao trabalho que é necessário fazer”, adiantou.

Outro assunto em discussão foi o debate de “um conjunto de medidas mais estruturais de médio longo prazo”, mas que, no entender de Maria do Céu Albuquerque, “têm de ser trabalhadas imediatamente”.

Entre estas medidas está a instalação de redes anti-granizo, uma vez que cobre as árvores frutícolas e que já existe em Moimenta da beira, na localidade de Paçô, e que a ministra visitou na tarde de hoje.

“É o terceiro ano sistemático e consecutivo onde acontecem situações como estas, em que os agricultores estão a ser muito prejudicados”, lembrou a governante que foi corroborada pelo proprietário do terreno.

“Fiz esta cobertura há quatro anos e, desde que a tenho, nunca mais tive prejuízos significativos. Tenho alguns, claro, mas nas pontas, mas como os que tinha, nunca mais tive”, admitiu Cassiano Mendes.

No entender da ministra, os agricultores podem avançar para uma solução destas “de diversas maneiras” e, uma delas, é “através de uma linha de crédito”, um instrumento financeiro que o Governo criou “entre o PDR e o BEI para apoiar investimento e este é um investimento que tem de caber nessa tipologia”.

“Por outro lado, dentro do próprio PDR, encontrarmos forma de através das medidas disponíveis podermos financiar algumas destas operações”, considerou Maria do Céu Albuquerque que defendeu a organização dos produtores.

“Estamos a criar condições para que os agricultores possam ganhar massa critica e ter oportunidade de aceder a outro tipo de mercados e tudo tem sido desenhado em função disso e temos de beneficiar claramente os agricultores que tiveram a coragem de assumidamente se organizar dessa maneira”, avisou.

A ministra assumiu ainda que não se esquece do pequeno agricultor e, por isso, "estão a ser estudadas formas” de ajudar, sem esquecer a pandemia, assegurando estar a “trabalhar em várias frentes ao mesmo tempo para ter uma resposta concertada e que vá ao encontro das necessidades” do setor.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.