Bill Michael, que recebeu 1,7 milhões de libras no ano passado, anunciou a saída, na quarta-feira, depois de a empresa de auditoria ter lançado uma investigação independente, gerida pela empresa de advogados Linklaters, depois de os seus comentários na reunião virtual terem sido tornado públicos.
O presidente, que dirigia a empresa desde 2017, falava numa reunião online da KPMG, na segunda-feira, com os membros da equipa de consultores de serviços financeiros da empresa quando fez os comentários. À reunião assistiam cerca de 1500 pessoas, cerca de um terço da equipa.
Além de dizer aos funcionários para deixarem de "se fazerem de vítimas", enquanto estes se queixavam do impacto da pandemia no seu trabalho e nas suas vidas, descreveu os preconceitos inconscientes como uma "completa treta".
Bill Michael emitiu um comunicado no qual pediu desculpa e afirmou que a polémica dos seus comentários tornaram a sua posição na KPMG "insustentável".
"Adoro a empresa e lamento, sinceramente, que as minhas palavras tenham causado dor entre os meus colegas e pelo impacto que os acontecimentos desta semana tiveram sobre eles. Considero a minha posição como insustentável e, por isso, decidi abandonar a empresa. Tem sido um privilégio ter atuado como presidente da KPMG”, declarou.
Michael pediu desculpa aos funcionários em chamada e, mais tarde, também pediu desculpa num e-mail enviado a todos os membros da equipa de consultores.
Contudo, o seu pedido de desculpas não foi suficiente para evitar a divulgação dos comentários e a KPMG confirmou a sua saída.
A empresa já afirmou, entretanto, que vai proceder a uma "eleição de liderança" para substituir Michael no devido tempo.
Enquanto isso, a membro sénior do conselho, Bina Mehta, assumiu o papel de presidente no Reino Unido, enquanto Mary O'Connor se tornou a sócia sénior. É a primeira vez que estes cargos foram ocupado por mulheres em 150 anos de história.
"O Bill deu uma enorme contribuição à nossa empresa nos últimos 30 anos, especialmente nos últimos três anos como presidente, e desejamos-lhe tudo de bom para o futuro", disse Mehta.
O incidente ocorreu depois da publicação dos resultados anuais da empresa, na semana passada, que mostraram que os 582 associados viram os seus vencimentos baixar 11%, para uma média de 572 mil libras ao ano, um movimento que o grupo afirma ter sido para poupar dinheiro e proteger empregos. O volume de negócios da firma no Reino Unido cerca de 4%.
A KPMG é - juntamente com a PwC, EY e Deloitte - uma das quatro grandes firmas que dominam o mercado de auditoria e são apelidadas as “Big Four”.
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