Saúde, Distribuição e Produção Alimentar foram os setores que registaram um maior aumento da empregabilidade até ao terceiro trimestre de 2020. A conclusão é do Brighter Future, portal da Fundação José Neves, que reúne a maior base de conhecimento sobre Educação, Empregabilidade e Competências em Portugal, comparando e relacionando informações sobre cerca de quatro mil cursos e formações, mais de 200 profissões e mais de 200 competências relevantes.
Concretamente, informa a plataforma, as profissões de “enfermeiro, operador de máquinas, de fabrico de produtos alimentares e similares e de carteiro e similares”, foram as que registaram maior procura no período em análise. Especificamente, no caso dos Enfermeiros, a “procura quadruplicou desde o início do ano”, adianta.
Em sentido inverso, rececionista de hotel, gerente de restauração, compositor, músico, cantor, bailarino e coreógrafo, foram as “profissões que sofreram maior queda na procura”, acrescenta o portal da Fundação José Neves.
À margem dos efeitos da pandemia, os dados recolhidos e analisados pela plataforma Brighter Future indicam que as profissões com “forte componente tecnológica” e “ligação ao setor do comércio” ocupam “o topo da lista” com mais ofertas de emprego.
Vários são os exemplos identificados: programador de software, analista de sistemas, técnico de apoio aos utilizadores das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), programador Web e Multimédia, por um lado, operador de caixa e outros trabalhadores relacionados com vendas, representante comercial, empregado de aprovisionamento, armazém, de serviços de apoio à produção e transportes, mecânico e reparador de máquinas, por outro, e ainda, pessoal de Informação Administrativa e Recursos Humanos.
Vendedores e encarregado de Lojas saíram desta lista no terceiro trimestre do ano. No segundo trimestre, registou-se uma queda na procura por empregados de mesa e de bar.
Apesar de, no salto do primeiro para o segundo trimestre de 2020, “cerca de 80% das profissões” registarem um “decréscimo de ofertas de trabalho”, o cenário, de acordo com os dados Brighter Future, alterou-se, na passagem para o terceiro trimestre. “A grande maioria das profissões recuperou da queda verificada nos primeiros seis meses”, embora “muitas apresentem ainda níveis de procura que ficam aquém do período pré-pandemia, entre janeiro e março” lê-se na análise.
Exceção a esta retoma de empregabilidade estão duas atividades. “Professor de línguas fora do ensino oficial e diretor e gerente de outros serviços (planeia, dirige e coordena a oferta de serviços prestados por agências de viagens, centros de conferências, centros de chamadas, centros comerciais ou parques de campismo, entre outros)”.
Em relação às competências do futuro em Portugal, foram identificadas duas aptidões emergentes, consideradas “essenciais para os próximos anos” tendo ganho “maior preponderância com a crise pandémica”: Aprendizagem Ativa e Estratégias de Aprendizagem.
Cabem dentro da Aprendizagem Ativa (capacidade de compreender as implicações de nova informação para os processos de decisão e de resolução de problemas atuais e futuros) engenheiros químicos, biólogos e médicos.
No que toca às estratégias de Aprendizagem (capacidade de selecionar e utilizar métodos de formação e instrução adequados ao ensino de novas matérias) é uma aptidão essencialmente usada em profissões do “setor da educação”, conclui.
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