"Apesar do silêncio da direita, aqui do lado do Governo gritamos bem alto: a prioridade às reformas é efetiva neste governo, e não é por causa da consolidação orçamental que não se faz aquilo que é importante para o país. A consolidação orçamental liberta recursos para fazer o que é importante no país", disse o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, na abertura do debate do Programa de Estabilidade que hoje decorre no parlamento.
Na opinião do governante, "há uma simbiose" uma vez que "é possível reformar o país, mantendo contas públicas equilibradas, e contas públicas equilibradas favorecem as reformas importantes no país".
"A nossa única obsessão é Portugal", assegurou.
O ministro começou por registar "o silêncio ensurdecedor" da direita que, "na verdade, não vem ao debate sobre o Programa Nacional de Reformas".
"Apresenta umas resoluções, dirá umas coisas, mas quando chega a altura de defender ou eventualmente contraditar as opções estratégicas para a transformação do país, remete-se ao silêncio. O debate do Programa Nacional de Reformas é muito importante", salientou.
O Programa Nacional de Reformas, de acordo com Pedro Marques, "não se subordina a nenhum Programa de Estabilidade".
"Porque neste Governo nós trabalhamos para finanças públicas sólidas, mas em direção a um objetivo: dar mais estabilidade ao crescimento económico", justificou.
A forma como a direita aborda o debate do Programa Nacional de Reformas, para o ministro, "diz tudo sobre o que foi a última governação" do PSD/CDS-PP, na qual a "obsessão com o défice não permitiu naquela altura as alterações estruturais do país".
Nos pedidos de esclarecimento ao discurso de abertura de Pedro Marques, o deputado do PCP Bruno Dias considerou que a ideia de que a opção da redução do défice protege mais Portugal, no futuro, perante eventuais dificuldades não se confirma perante a realidade.
"Porque se concentrarmos os recursos na redução da dívida e nos pagamentos dos juros como prioridade central ficarão por resolver todos os problemas que deixam o país vulnerável", explicou, defendendo que é preciso investimento.
Já a socialista Ana Catarina Mendes pediu ao ministro para explicar quais as metas a que o Governo se propõe com o Programa Nacional de Reformas e com o Programa de Estabilidade para atingir mais investimento público, mas também para combater o défice de qualificações.
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