Raffael Quintas foi nomeado pelos anteriores acionistas da TAP, onde ocupava ainda o cargo de administrador financeiro (CFO – Chief Financial Officer).

Assim, “Raffael Guarita Quintas Alves apresentou a sua renúncia ao cargo de vogal do Conselho de Administração da TAP, com efeitos na presente data”, indicou a transportadora, acrescentando que o gestor renunciou igualmente “aos demais cargos por si assumidos na estrutura administrativa das restantes entidades que compõem o grupo TAP”.

No dia 08 de janeiro, o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), que tinha estado reunido com a TAP, deu conta do “anúncio da saída de mais um elemento da Comissão Executiva”. Fonte do sindicato confirmou depois à Lusa que o administrador em causa era Raffael Quintas.

“Muito alertou o Sitava que este senhor administrador colocado pelos anteriores acionistas, por razões meramente éticas, há muito que devia ter sido substituído”, lê-se na mesma nota.

O ministro das Infraestruturas disse em 11 de dezembro que está a decorrer o processo para a escolha da nova gestão da TAP, que quer que assuma funções depois de se fechar o plano de reestruturação com Bruxelas e se avançar para a execução.

“Gostaríamos que entrasse a partir do momento em que seja preciso executar o plano de reestruturação”, adiantou Pedro Nuno Santos, referindo-se ao processo de escolha de gestores para os cargos de topo da companhia aérea, que está a ser levado a cabo pela consultora Korn Ferry, escolhida pelo Governo.

Segundo o ministro das Infraestruturas e da Habitação – que falava numa conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado do Tesouro Miguel Cruz, para apresentar publicamente o plano de reestruturação da transportadora aérea -, se o Governo conseguir fechar o plano de reestruturação com a Comissão Europeia até fevereiro, a nova equipa de gestão deverá entrar nessa altura.

O plano de reestruturação da TAP, entregue em Bruxelas em 10 de dezembro, prevê a suspensão dos acordos de empresa, medida sem a qual, de acordo com o ministro Pedro Nuno Santos, não seria possível fazer a reestruturação da transportadora aérea.

O documento entregue à Comissão Europeia prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.

O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.