"Ouvimos com muita frequência que vai haver uma recessão", disse Truss. "Não acredito que isto seja inevitável (...) Podemos gerar oportunidades aqui no Reino Unido", assegurou a ministra e favorita a liderar o Partido Conservador.

Adversária do ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, Truss diverge deste especialmente sobre como agir perante um contexto económico e social particularmente tenso, com uma inflação superior a 10% e greves em diversos setores.

A responsável pelas Relações Externas promete reduzir impostos de imediato, ao invés de dar uma ajuda financeira direta às camadas da população mais afetadas pela inflação, o que provocou críticas de Sunak e dos seus aliados.

Nesta disputa, Sunak recebeu o apoio de Michael Gove, personalidade proeminente dos conservadores britânicos, que ocupou várias pastas ministeriais.

Neste sábado, Gove acusou Truss de viver "desconectada da realidade" com as suas propostas para combater os efeitos da inflação.

"Preocupa-me profundamente que o tom do debate sobre a liderança tenha representado no caso de muitos uma desconexão da realidade", escreveu Gove num artigo publicado neste sábado no The Times.

"A resposta para a crise resultante do aumento do custo de vida não pode se limitar a rejeitar mais ajudas financeiras e a reduzir os impostos", acrescentou Gove, que trabalhou onze anos no governo com três primeiros-ministros.

Segundo este, as reduções de impostos propostas por Truss "favoreceriam os ricos" e as grandes empresas, em detrimento dos pequenos empresários e dos mais precários.

Os militantes conservadores do Reino Unido, cerca de 200.000, têm até 2 de setembro para eleger seu novo líder em uma votação por correio.

Como o partido tem maioria parlamentar, o vencedor assumirá a liderança do Executivo e sucederá Johnson, que renunciou no início de julho encurralado por vários escândalos e uma rebelião interna.

O anúncio do resultado da votação será anunciado no dia 5 de setembro.