Numa declaração por escrito, o Santander disse que “partilha as considerações dos referidos sindicatos quanto à coragem e espírito de sacrifício que os trabalhadores bancários têm demonstrado desde o inicio da pandemia”, garantindo que “não tem neste momento, como já referido em diversas ocasiões, em curso qualquer ‘processo de rescisões por mútuo acordo’”.
O Santander esclarece que tem, por outro lado, “proposto a diversos colaboradores nos últimos meses, como o vem fazendo há diversos anos, a possibilidade de uma pré-reforma ou da revogação do seu contrato de trabalho”.
Segundo o banco, “estes contactos foram e são feitos sem qualquer pressão e dando todo o espaço aos colaboradores para responderem como melhor entenderem e quando melhor entenderem”, lê-se na mesma declaração.
“O Santander assegura que, não obstante a necessidade - que todos conhecemos – de o setor bancário europeu se ajustar à realidade atual da atividade bancária, esta instituição não deixará em momento algum de ter como primeira consideração a preocupação e a solidariedade com os seus colaboradores”, disse a instituição.
Os sindicatos que representam os bancários pediram a suspensão do processo de reestruturação do Santander, tendo em conta o agravamento da pandemia, segundo dois comunicados hoje divulgados.
"O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) entendem que o processo de reestruturação em curso no banco Santander deve ser suspenso até à estabilização da situação do país, tendo como base a responsabilidade laboral, social ética e humanista", lê-se numa das notas.
O Santander decidiu "implementar um plano de reestruturação, que, segundo foi comunicado, visa a otimização da sua estrutura, para os anos de 2020 e 2021, com especial incidência neste último ano", indicaram os sindicatos.
No entanto, "após o início desse processo de reestruturação, ocorreu uma relevante alteração superveniente das circunstâncias, designadamente a implementação pelo Decreto n.º 3-A/2021, de 14 de janeiro, do dever geral de recolhimento obrigatório, que, na prática, resulta num confinamento do país, cujos efeitos são atualmente desconhecidos e imprevisíveis", referiram.
Tendo em conta o "atual estado de emergência sanitária e as "medidas legais implementadas e a implementar, decorrem efeitos e riscos tão imprevisíveis, quanto gravosos, para os trabalhadores que nesta altura cessem os respetivos contratos de trabalho através de rescisões ou reformas antecipadas".
Também hoje, o Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) pediram ao Santander que suspenda "o processo em curso de rescisões por mútuo acordo", tendo em conta o agravamento da pandemia.
Em comunicado, as duas estruturas sindicais apelam a este adiamento "até os bancários terem condições para em segurança receberem aconselhamento e informação e, reunidos com as famílias, tomarem uma decisão esclarecida e refletida".
"Perante o período pandémico que o país atravessa, com o aumento exponencial do número de infetados, de doentes, de internados nas unidades hospitalares e de iminente rutura do SNS, urge travar esta escalada e devolver segurança e condições de trabalho a todos", dizem os sindicatos, afirmando que "é conhecido, e por todos comprovado, o espírito de resistência e de combate dos bancários portugueses, que nas fases de maior dificuldade e perigo de contágio mantiveram e mantêm os balcões abertos e a atividade bancária em pleno funcionamento".
Os cinco sindicatos em questão já fizeram chegar as suas preocupações ao Santander, indicaram.
Comentários