Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não aceitará negociar com os Republicanos o aumento do teto da dívida norte-americana, acusando a oposição de estar a ameaçar a suspensão de pagamentos por parte do Estado, já a partir de 1 de junho.
"Podemos debater onde cortar, quanto gastar, onde mexer no sistema tributário para que todos paguem uma parcela justa (...), mas não sob a ameaça de suspensão de pagamentos", disse Biden, durante um discurso na Câmara de Representantes, controlada pelos Republicanos.
Hoje, numa entrevista televisiva, a secretária de Defesa norte-americana alertou para os riscos de um incumprimento da dívida, garantindo que se trataria de "um desastre económico e financeiro".
Um teto da dívida dos EUA está legalmente estabelecido e só pode ser aumentado por uma maioria de votos no Congresso.
A Câmara de Representantes – onde os Republicanos têm uma maioria - aprovou no final de abril um projeto de lei que determina que o aumento do teto da dívida apenas seria concedido em troca de cortes nos gastos públicos.
Contudo, esta proposta deverá ser recusada no Senado – onde os Democratas gozam de uma maioria - e Joe Biden deixou claro que não negociará concessões, apesar de se mostrar disponível para conversar sobre o tema com os líderes dos dois partidos no Congresso, já nos próximos dias.
"Eu sei que ele [Joe Biden] quer implementar um processo que permita discussões sobre prioridades e níveis de gastos, mas essas negociações não devem ser conduzidas com uma arma apontada para a cabeça do povo americano", defendeu hoje Janet.
“Não devemos chegar ao ponto de questionar se o Presidente pode ou não emitir dívida. Isso criaria uma crise constitucional", explicou a secretária de Tesouro.
Vários analistas já avisaram que o não pagamento da dívida pode levar os Estados Unidos a uma recessão imediata.
Desde a década de 1970, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o aumento ou suspensão do teto da dívida pelo menos 78 vezes.
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