“A reunião correu bem, temos uma proposta negocial da parte da administração que estamos confortáveis para levar a plenário”, afirmou Rui Matias, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (SINTAB), no final do encontro, que decorreu entre as 09:30 e as 13:00.
Escusando-se a revelar os termos da proposta antes da sua comunicação aos trabalhadores, em plenários a realizar às 14:00 e às 16:00 de quarta-feira, o dirigente disse apenas que, “na ótica” do sindicato, é uma “proposta interessante”.
Os trabalhadores da SCC cumpriram na semana passada uma greve parcial, em três períodos diários de duas horas, por aumentos salariais e progressão na carreira, tendo o protesto culminado com o agendamento pela administração de uma reunião para hoje, para apresentação de uma proposta de acordo.
O protesto abrangeu os cerca de 300 trabalhadores da produção (ficando de fora outros tantos afetos a outras áreas do negócio, como as administrativas e comerciais), que reclamam “aumentos salariais dignos e justos”, que diminuam a atual “desigualdade salarial”, designadamente uma atualização “na ordem de 4%”, num mínimo de 40 euros, e de 1% no subsídio de turno.
Os trabalhadores pretendem ainda uma revisão das avaliações, das promoções e das carreiras profissionais, já que sentem “um desagrado muito grande” a este nível.
“O desenvolvimento profissional está completamente estagnado. Há cerca de 13 anos que o modelo de evolução profissional contemplou menos de 10% dos trabalhadores, num total de cerca de 350, ou seja, estamos a falar de 20 e poucos trabalhadores que tiveram algum desenvolvimento profissional neste período”, explicou à Lusa o dirigente do SINTAB.
Dependente da chegada a acordo com a SCC, dona da cerveja Sagres, está a eventual realização uma greve ao trabalho suplementar aos sábados, domingos, feriados e a “tudo o que seja para além do horário de trabalho”.
Contactado pela Lusa, o diretor de comunicação e relações institucionais da SCC, Nuno Pinto de Magalhães, garantia no passado dia 6 que a empresa está aberta “ao diálogo”, recordando que nos últimos três anos o acordo alcançado em termos salariais “foi sempre acima do valor da inflação verificada”: em 2016 o aumento foi de 2% de aumento, num mínimo de 20 euros, em 2017 ascendeu a 30 euros, e em 2018 a subida foi de 2%, num mínimo de 20 euros, acrescido de um prémio individual de 1.000 euros para todos os colaboradores abrangidos pelo acordo de empresa”.
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