No final de julho, a CT da Autoeuropa decidiu convocar uma greve a todos turnos para 30 de agosto, depois de a empresa ter anunciado que era preciso adotar novos horários para assegurar a produção de 200 mil unidades do novo modelo T-Roc na fábrica de Palmela, quase triplicando a produção atingida em 2016.
Esta situação levou a empresa a decidir a abertura de um sexto dia de produção e a contratação de cerca de 2.000 colaboradores, dos quais 750 são para implementar um sexto dia semanal de operação.
A CT e a administração chegaram então a um pré-acordo para os novos horários e turnos, que incluía uma compensação financeira de 175 euros acima do valor previsto na legislação. No entanto, esta proposta foi rejeitada pelos trabalhadores da empresa, tendo contado apenas com 23,4% de votos favoráveis num universo de 3.472 votantes, o que motivou a demissão da CT.
Hoje, o SIMA dirigiu um pré-aviso de greve ao Conselho de Administração da empresa e aos ministérios do Trabalho e da Economia a informar que a paralisação vai ocorrer “das 00:00 às 24:00″ da próxima quarta-feira, dia 30 de agosto, tendo o secretário-geral do sindicato, José Simões, explicado à Lusa que esta greve terá lugar “por razões diferentes”.
“Nós temos um contrato coletivo assinado no setor e os outros não têm contrato coletivo nenhum. O que se passou foi que houve uma reunião com a administração da empresa, em que nos apresentaram uma proposta, depois nós apresentámos as nossas alterações e, até agora, não houve resposta”, explicou José Simões, sem referir quantos trabalhadores da Autoeuropa estão representados pelo SIMA.
No pré-aviso de greve, o SIMA refere que “solicitou, em março último, uma reunião junto da empresa com vista a abordar toda a produção do novo modelo na fábrica de Palmela e o seu impacto no trabalho e organização do trabalho da empresa”, mas que este encontro “só veio a ter lugar já em agosto”.
O problema é que, nessa reunião, a administração da Autoeuropa apresentou a sua proposta e, “perante as sugestões apresentadas pelo SIMA, a empresa não apresentou até à data qualquer proposta”, considerando o sindicato que isto “manifestamente revela uma posição intransigente”.
Neste sentido, a exigência do SIMA é que a Autoeuropa apresente “uma nova proposta que tenha em conta os interesses dos trabalhadores” e “exige que o contrato coletivo de trabalho seja aplicável na empresa”, acrescentando que isto é “algo que a empresa tem nos últimos tempos negligenciado”.
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