“O SNQTB tomou conhecimento pela comunicação social que o Banco Santander Totta decidiu adiar temporariamente o processo unilateral de despedimentos. Este adiamento é um primeiro sinal de que as medidas tomadas pelo nosso sindicato começam a surtir os efeitos desejados, ainda que, nesta altura, manifestamente insuficientes. Adiar não significa suspender ‘sine die'”, disse o presidente do SNQTB, Paulo Marcos, citado num comunicado.
O dirigente sindical afirmou que a provisão de 164,5 milhões de euros para redução de pessoal continua nas contas do banco Santander, pelo que – considerou – o “adiamento anunciado é apenas um jogo de sombras que não resolve a questão de fundo”.
O SNQTB qualifica os despedimentos do Santander Totta como “uma medida completamente injusta, inqualificável, injustificada, inaceitável e uma ofensa para os trabalhadores”.
As manifestações são hoje em Lisboa (junto à sede do Banco Santander, Rua Ramalho Ortigão), na quarta-feira no Porto (Rua de Júlio Dinis), na quinta-feira em Coimbra (Avenida Fernão de Magalhães) e sexta-feira em Faro (Rua Tenente Valadim), entre as 11:00 e as 14:00.
O SNQTB acrescentou que se mantém disponível para dialogar com a administração do banco, o que “tem vindo a ser desperdiçado pela administração do Santander Totta”.
O Santander anunciou, no final de abril, um acordo para a saída de 68 trabalhadores no primeiro trimestre deste ano, no âmbito da reestruturação do banco, e a eliminação de mais 100 a 150 postos de trabalho “cujas funções se tornaram redundantes”.
Numa nota interna enviada aos funcionários, o banco Santander Totta disse que adiou “temporariamente” a aplicação das medidas e que pretende evitar um despedimento coletivo.
A mensagem, a que a Lusa teve acesso, foi enviada após uma reunião com os sindicatos filiados na UGT (SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal, o Sindicato dos Bancários do Centro e o Sindicato da Banca, Seguros e Tecnologias - Mais Sindicato) em que, segundo o Santander, os sindicatos “manifestaram a sua preocupação com a iminência de tomadas de posição unilaterais, solicitando o adiamento da aplicação de quaisquer medidas” e “a convicção de que há colaboradores com predisposição para voluntariamente acordar com o banco a sua saída, principalmente por reforma”.
Assim, a administração do banco “tomou a decisão de adiar temporariamente a aplicação de qualquer medida unilateral, mantendo durante este período as propostas já apresentadas aos colaboradores envolvidos, com a expectativa de que as propostas apresentadas venham a ser aceites, e possam evitar a aplicação de um despedimento coletivo, tal como previsto na lei”.
Além disso, o banco abrirá “a possibilidade a qualquer colaborador de solicitar a apresentação de propostas de acordos de saída, independentemente da sua idade e da área em que esteja colocado”.
O Santander disse ainda que se mantém disponível “para analisar quaisquer propostas construtivas de diálogo que lhe venham a ser apresentadas por outras estruturas sindicais e representativas de trabalhadores, o que até à data não sucedeu”.
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