“Lamentamos que a TAP tenha optado por esta medida, depois de ter já provocado mais de 2.000 saídas da empresa, que tenha optado por mais esta descaracterização”, afirmou à Lusa o secretário-geral do Sitava, José Sousa.
“Obviamente que o Sitava irá reunir com todos os seus associados e com o nosso corpo jurídico e iremos lutar contra este despedimento coletivo, porque entendemos que, além de desumano, ele não se justifica na empresa”, acrescentou, sublinhando que o sindicato vai recorrer a “todas as medidas possíveis para levar a empresa a reconsiderar este processo”.
Da listagem de trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo, 61 são pessoal de terra, precisou José Sousa.
“Entendemos que é uma medida errada, a TAP não tinha necessidade disto, é uma crueldade, a empresa precisa destes trabalhadores, hoje é notória a falta de mão de obra para executar trabalho”, realçou o dirigente sindical, que disse ter sido surpreendido pelo anúncio desta medida, numa altura em que falta mão de obra nalguns setores de atividade da companhia aérea.
A TAP iniciou hoje o processo de despedimento coletivo, no âmbito da reestruturação da companhia aérea, abrangendo 124 colaboradores, anunciou a empresa.
Em comunicado, a TAP lembra que este número representa “uma redução muito expressiva (menos 94%) face aos cerca de 2.000 colaboradores que se estimava em fevereiro virem a ser integrados no processo de redimensionamento laboral inscrito e exigido pelo Plano de Reestruturação da TAP, em apreciação pela Comissão Europeia”.
“Esta redução no número de trabalhadores identificados para despedimento coletivo é o resultado de um esforço extraordinário que incluiu a celebração de Acordos Temporários de Emergência com todos os Sindicatos, rescisões por mútuo acordo com compensações financeiras acima do legalmente exigido, bem como candidaturas a vagas disponíveis na Portugália, entre outras medidas”, sublinha a companhia.
Citada em comunicado, a presidente executiva da empresa, Christine Ourmières-Widener diz que a principal prioridade da TAP sempre foi “promover e encorajar medidas voluntárias e, no caso das saídas, com compensações mais elevadas do que as previstas na lei”.
O Plano de Reestruturação da empresa, atualmente em curso, visa ajustar a capacidade e estrutura de custos da TAP à realidade operacional atual e às projeções para os próximos anos.
Entre fevereiro e junho, várias fases de medidas voluntárias foram promovidas na companhia aérea, bem como candidaturas a vagas disponíveis na Portugália.
“Lamentamos todos os cortes de postos de trabalho causados pela pandemia, na indústria aérea e noutros setores, contudo temos de assumir um compromisso firme com o plano de reestruturação. A sobrevivência e recuperação sustentável da TAP depende da implementação efetiva do plano”, acrescenta Christine Ourmières-Widener.
O plano de redimensionamento da TAP foi partilhado com toda a empresa em dezembro de 2020 e teve início em fevereiro deste ano, com a assinatura de Acordos Temporários de Emergência com todos os sindicatos no contexto da declaração da TAP como Empresa em Situação Económica Difícil (SED), tendo-se seguido medidas de cariz voluntário, que visaram alcançar preferencialmente e de forma consensual o objetivo de redução.
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