“Não vou comentar [se houve ou não desistências], porque o prazo para entrega das propostas termina em 19 de julho. Portanto, vamos aguardar a ver quantas propostas aparecem”, referiu Siza Vieira em Guimarães, à margem de uma visita à têxtil Lameirinho.

Na segunda-feira, o jornal Eco noticiou que os investidores egípcios, chineses e espanhóis desistiram do processo, restando apenas os portugueses Dst e Sing - Investimentos Globais.

Em causa está a segunda fase do processo de alienação de 71,73% do capital da Efacec Power Solutions, no âmbito da reprivatização.

“Esperamos concluir o processo de privatização dentro do prazo previsto”, disse ainda o ministro da Economia, sublinhando que a Efacec teve um primeiro trimestre “muito bom” em termos de faturação e de margem, mas precisa de encontrar “um destino estratégico, uma liderança e a capacidade de assegurar a sua robustez financeira”.

“O que tem de ser feito pelos novos donos da empresa na segunda do processo de privatização”, acrescentou.

Em 14 de maio, foi publicada em Diário da República uma resolução que selecionava cinco potenciais proponentes, já anunciados pelo Governo, para apresentarem propostas não vinculativas: Chint Group Corporation, Dst, Elsewedy Electric Corporation, Iberdrola e Sing - Investimentos Globais.

"Foram os únicos que não registaram a classificação de 'não cumpre' constante do relatório elaborado pela Parpública em qualquer dos critérios de seleção, reunindo os critérios mínimos para serem admitidos a participar na subsequente fase do processo de alienação das ações objeto da venda direta", refere o Governo no diploma.

Em meados de 2020, antes de ser nacionalizada, a Efacec anunciou ter recebido "cerca de uma dezena" de propostas não vinculativas de grupos industriais e fundos de investimento, nacionais e internacionais, para comprar o capital de Isabel dos Santos na empresa.

Na semana seguinte, o Conselho de Ministros aprovou o decreto de lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec, processo que decorreu da saída do capital de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, na sequência do envolvimento no caso 'Luanda Leaks', no qual o Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou mais de 715 mil ficheiros que detalham alegados esquemas financeiros da empresária.

A Efacec é uma empresa dos setores da energia, engenharia e mobilidade.