O dirigente do SITE-Norte (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte), Miguel Moreira, disse à agência Lusa na segunda-feira que a greve foi convocada para denunciar as "pressões que a empresa está a fazer para despedir vários trabalhadores".

O dirigente sindical relatou que a Efacec "está a fazer uma restruturação" e que vários trabalhadores "estão a ser chamados aos gabinetes para prescindirem do seu emprego, o que é inaceitável".

Confrontada com as acusações do sindicato, fonte oficial da Efacec disse, no mesmo dia, à Lusa que a empresa "respeita o direito à greve, mas considera que não existem fundamentos para a convocação da mesma".

"A empresa não se revê nas acusações feitas, que não correspondem à realidade", sublinhou a fonte, acrescentando que a administração, desde que assumiu funções, há dois anos, "sempre assumiu uma postura de diálogo com os trabalhadores e com as suas estruturas representativas".

De acordo com a mesma fonte, "não corresponde à verdade a existência de pressões para a saída de colaboradores da empresa".

"As pessoas que optam por sair da Efacec fazem-no de comum acordo ou por sua livre e espontânea vontade para assumir novos desafios profissionais", acrescenta a empresa na resposta enviada por e-mail à Lusa.

A empresa destacou ainda o acordo assinado com a comissão de trabalhadores em maio sobre a revisão salarial e lembrou os aumentos salariais acima da inflação, que se situaram "entre 3% e 5% nos últimos dois anos", além de outras medidas.

A Efacec tem mais de 2.300 trabalhadores "e várias dezenas de processos de recrutamento em aberto", afirma a fonte da Efacec, apelando para "o sentido de responsabilidade dos representantes dos trabalhadores".

Já em maio, na apresentação de resultados da empresa referentes a 2016, a administração da Efacec garantiu que não estava "pensado nem em curso nenhum processo de despedimento”, apesar de ter pedido ao Governo a extensão do estatuto que permite fazer rescisões por mútuo acordo.

“Até dezembro de 2016 não utilizámos essa prerrogativa e o que pedimos foi a oportunidade de o podermos fazer mais adiante. Não queremos fazê-lo, mas se podemos ter a capacidade de o fazer, porque é que não vamos usá-la”, disse na altura o presidente executivo, Ângelo Ramalho.

O grupo Efacec pediu em janeiro a extensão da concessão do estatuto de empresa em reestruturação até ao final de 2018, o que permite avançar, caso necessário, com rescisões por mútuo acordo, até um total de 424.

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