A decisão de Trump visa garantir que os Estados Unidos não perdem a liderança no que concerne a criação de tecnologia e a definição dos padrões para a próxima geração de comunicações móveis, algo que seria perdido para a China caso o negócio fosse adiante, escreve a Reuters.

A fusão, que seria uma das maiores já realizadas neste setor, estava suspensa desde que o Comité de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS) —  agência liderada pelo Tesouro norte-americano e que analisa as implicações ao nível da segurança nacional da aquisição de empresas nacionais por empresas estrangeiras — decidiu examiná-la.

O valor do negócio era de 117 mil milhões de dólares, cerca de 95 mil milhões de euros.

Foi com base na avaliação efetuada por este organismo que Donald Trump travou a aquisição.

A gigante de microprocessadores Broadcom, atualmente sediada em Singapura, anunciou que vai migrar a sua sede para os Estados Unidos a 3 de abril, dois dias antes de uma assembleia com os seus acionistas, em que é expectável que se pronuncie sobre a compra da Qualcomm.

Segundo a imprensa americana, o CFIUS teme que a fusão conduza a uma queda do investimento em pesquisa e desenvolvimento, o que provocaria uma perda da liderança atual da Qualcomm na tecnologia 5G - e, consequentemente, dos Estados Unidos.

A Broadcom alegou, em nota, que a mudança da sede para os Estados Unidos já estava prevista e não está ligada à compra da Qualcomm.

Uma fusão entre Broadcom e Qualcomm produziria o terceiro maior fabricante mundial de microprocessadores, atrás da líder Intel e do grupo sul-coreano Samsung.