"Para oferecer serviços digitais no mundo físico, devemos montar uma logística sofisticada, inteligência artificial e sistemas robóticos", disse o presidente da Uber, Travis Kalanick, no comunicado em que anunciou a compra da Otto. Otto é uma empresa que emprega 90 pessoas e o seu cofundador, Anthony Levandowski, irá agora liderar os esforços do Uber em tecnologias para automóveis sem motorista, disse Kalanick.
O valor do negócio não foi divulgado, mas a imprensa americana fala em cerca de 700 milhões de dólares.
Em Estocolmo, o fabricante automóvel sueco Volvo informou também que fez uma aliança com a Uber para oferecer transporte em carros autónomos, segmento em que prevêem um investimento conjunto de 300 milhões de dólares. "Isto implicará que a Uber irá disponibilizar os sistemas de condução autónoma que tem vindo a desenvolver tendo um veículo Volvo como base", detalhou o grupo sueco num comunicado.
A Uber e a Volvo já se tinham aliado nos Estados Unidos, em conjunto com o serviço de transportes Lyft, a fabricante Ford e o Google, com o objectivo de fundar um 'lobby' favorável aos automóveis conduzidos através de computadores.
Ambas as empresas estão muito avançadas no desenvolvimento destes automóveis do futuro, que permitirão aos seus passageiros deslocarem-se sem estar ao volante.
A Volvo está a testar um carro autónomo nas ruas da cidade sueca de Gotemburgo, e a Uber está a fazer o mesmo em Pittsburgh, nos Estados Unidos, com um modelo fabricado pela americana Ford.
A aliança Uber-Volvo pretende lançar um projeto piloto em Pittsburgh no final deste mês. "Mais de um milhão de pessoas morrem em acidentes de carro a cada ano. Estas são tragédias que as tecnologias de condução autónoma podem ajudar a evitar. Mas nós não podemos fazê-lo sozinhos", disse Kalanick, assegurando que 90% dos acidentes de carro se devem a erros humanos.
Os carros autónomos são um dos principais objetivos da investigação actualmente em curso na na indústria automóvel. A Ford e a alemã BMW têm como objetivo começar a fabricar carros sem motorista em 2021. A Alphabet (casa-mãe da Google) e a Apple também estão a explorar essa tecnologia.
Várias empresas vislumbram a utilização deste tipo de carros como táxis. De acordo com os seus defensores, estes veículos não só reduzirão a mortalidade no trânsito, como também diminuirão os engarrafamentos e a poluição.
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