Este regresso do Dow Jones aos recordes ocorre depois de uma ligeira descida na terça-feira, a qual sucedeu a uma série de 12 recordes consecutivos, algo que não se verificava desde 1987.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o Dow Jones fechou com uma forte valorização de 1,46% (303,31 pontos), para as 21.115,55 unidades.

Da mesma forma, o Nasdaq ganhou 1,35% (78,59), para os 5.904,03 pontos, e o S&P 500 avançou 1,37% (32,32), para os 2.395,96 – ambos a estabelecerem também novos máximos no fecho.

Os investidores exprimiram assim o seu “alívio”, um dia depois de um discurso de Trump, “com um tom ao mesmo tempo mais medido e envolvido”, resumiu Patrick O’Hare, da Briefing.

Donald Trump, cujas promessas de investimento com base no orçamento do Estado provocaram múltiplos recordes nos índices de Wall Street desde a sua eleição no final de 2016, pareceu adotar um registo mais presidencial do que o habitual.

Não obstante, os analistas sublinharam que Trump acabou por não avançar quaisquer detalhes sobre a concretização das suas promessas, o que prolongou a indefinição que persiste desde a sua investidura.

“Os investidores estão baseados numa visão muito cor-de-rosa”, preveniu O’Hare.

Os elementos concretos acabaram, porém por não faltar hoje, com a divulgação de um conjunto de indicadores sobre a economia dos EUA, como uma subida da taxa de inflação em janeiro, com um valor que é o maior desde o final de 2012, mas sobretudo uma aceleração da atividade industrial nesse mês.

Este último indicador inscreve-se “numa série de índices encorajadores sobre a indústria em todo o mundo”, como a China e a zona euro, destacaram os analistas da Charles Schwab.

Por fim, os investidores, que não pareceram afetados pelo anúncio de um declínio inesperado do investimento em construção em fevereiro, passaram a dar por adquirido uma subida das taxas de juro de referência por parte da Reserva Federal a partir de março, no seguimento de afirmações de dois dos seus responsáveis, William Dudley e John Williams.