Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial brasileira cresceu 2,9%, interrompendo cinco meses consecutivos de queda.

Com o resultado de dezembro, o setor encontra-se 0,9% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, no cenário antes da pandemia de covid-19, e 17,7% abaixo do nível recorde, registado em maio de 2011.

André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, destacou que o resultado do fecho do ano refletiu a perda de ritmo da indústria brasileira no decorrer de 2021.

"É o primeiro resultado positivo depois de dois anos (...) Em 2021, houve uma característica decrescente ao longo do ano, uma vez que houve ganho acumulado de 13% no primeiro semestre e, posteriormente, o setor industrial mostrou redução de fôlego", afirmou.

"Os resultados positivos dos primeiros meses do ano tinham relação com uma base de comparação muito depreciada, já que em 2020 houve perdas bastante intensas para a indústria", acrescentou o especialista.

Em 2021, a indústria brasileira teve resultados positivos em três das quatro grandes categorias económicas e em 18 das 26 atividades investigadas pelo IBGE.

Os destaques positivos foram registados nos segmentos de produção no setor de veículos automotores, reboques e carroçarias (20,3%), máquinas e equipamentos (24,1%) e metalurgia (15,4%).

Segundo Macedo, foi um ano em que a indústria cresceu sobre um período de muita perda.

"Essa também é uma característica da atividade de veículos automotores, que, em 2020, teve acumulado no ano de -27,9%. Então ela segue o mesmo comportamento da indústria geral: cresce e fica no campo positivo, embora não tenha revertido as perdas do ano anterior", concluiu.

Já entre as oito atividades que apontaram redução na produção industrial no Brasil, a principal influência negativa foi registada por produtos alimentares (-7,8%).

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