O Brasil realiza nos dias 15 e 29 de novembro, respetivamente, a primeira e a segunda volta das autárquicas que vão escolher prefeitos e parlamentares para 5.570 cidades do país.

Nas eleições municipais, os prefeitos e vice-prefeitos lançam uma lista conjunta e são escolhidos diretamente e de forma independente.

Os brasileiros também escolhem, em separado, os vereadores (membro da câmara legislativa municipal). Neste caso, é possível votar tanto num candidato específico quanto no partido.

A Constituição brasileira estabelece que haverá uma segunda volta em municípios com mais de 200 mil eleitores se nenhum candidato conquistar mais de metade dos votos válidos (excluídos os votos em branco e os votos nulos). Neste caso, apenas o primeiro e segundo colocados se defrontam numa nova votação.

Em São Paulo, o atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas, lidera a corrida com 32% das intenções de voto, seguido de Guilherme Boulos, com 13%, Celso Russomanno, com 12%, e Márcio França (PSB), com 10%, segundo a última sondagem do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), divulgada na segunda-feira.

A sondagem, em que foram entrevistadas 1.204 pessoas entre os dias 07 e 09 de novembro, tem um nível de confiança estimado em 95%.

Com a exceção de Covas, que cresceu seis pontos percentuais desde a última sondagem, os três candidatos que lhe sucedem estão empatados tecnicamente e todos podem chegar a segunda volta.

Boulos é a grande surpresa. O candidato de esquerda, que é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), cresceu numa campanha que usou a internet como um dos principais instrumentos para ganhar apoio da população.

Celso Russomanno, um deputado federal conservador que tem o apoio do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, saiu à frente nas primeiras sondagens sobre a intenção de voto, mas as pesquisas mais recentes mostram que a sua campanha enfraqueceu na reta final e agora aparece atrás de Boulos.

França, um candidato de centro-esquerda que disputou o governo do estado de São Paulo nas últimas eleições e perdeu por pouco para o atual governador, João Dória, apresentou um ligeiro crescimento na reta final da disputa.

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes lidera com 33% das intenções de voto, seguido do atual prefeito, Marcelo Crivella, com 15%, a lusodescendente Martha Rocha, com 14%, e Benedita da Silva, com 9%, segundo a última sondagem do Ibope divulgada também na segunda-feira.

O Ibope ouviu 1.204 eleitores da cidade do Rio de Janeiro, entre 07 e 09 de novembro. O levantamento tem uma margem de erro de 3 pontos percentuais.

Paes já foi prefeito do Rio de Janeiro e tem mantido a liderança nas sondagens desde o início do processo eleitoral.

O segundo colocado é Crivella, que tenta a reeleição, mas que poderá ter dificuldade em chegar à segunda volta porque o seu governo é mal avaliado pelos 'cariocas'. O prefeito tem tentado usar o apoio de Bolsonaro para viabilizar a sua campanha e ganhar votos.

Em terceiro lugar aparece Martha Rocha, luso-brasileira conhecida pelo trabalho à frente da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi a primeira mulher a comandar esta corporação. A candidata não subiu na última sondagem e para se tornar a primeira prefeita mulher do Rio de Janeiro precisa derrotar Crivella numa contagem que promete ser voto a voto.

Benedita da Silva, política negra do Partido dos Trabalhadores (PT) muito conhecida no Brasil, aparece em quarto lugar, com hipóteses de chegar a segunda volta da eleição no limite da margem de erro da sondagem.

CYR // JH

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