Segundo a Administração Geral Tributária (AGT), deste processo de investigação relacionado com irregularidades identificadas no sistema de pagamento de impostos, resultou até agora a detenção de dois funcionários tributários, um do Gabinete de Tecnologias de Informação e outro da Direção de Cadastro e Arrecadação de Receitas.
Em declarações à Lusa, o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Manuel Halaiwa, adiantou que há mais funcionários do Estado envolvidos e que as autoridades angolanas prosseguem a investigação.
"O SIC está em diligências, claramente nem todos devem estar em território nacional", afirmou, acrescentando que os suspeitos fugiram para Portugal e países africanos.
"Já acionámos os nossos mecanismos próprios para lidar com os que fugiram para Portugal e outros países africanos", salientou, sem precisar o número de foragidos, já que "o processo está a desenrolar-se e vão surgindo dados novos".
A imprensa angolana, que cita o SIC, afirma que durante uma operação realizada nas casas dos acusados foram apreendidos 301 mil dólares (cerca de 287 mil euros), 66 milhões de kwanzas (69 mil euros) e 4.860 rands sul-africanos (246 euros), bem como viaturas de luxo.
Os dois detidos são acusados de associação criminosa, acesso ilegítimo a sistema de informação e sabotagem informática.
Os funcionários tributários usavam de forma ilegitima os sistemas da AGT o que lhes permitiu realizar cerca de 1.500 operações fraudulentas, resultando num prejuízo de sete mil milhões de kwanzas (cerca de 7,3 milhões de euros ao cambio atual).
A AGT informou que todas as notas de liquidação que foram objeto de fraude estão devidamente identificadas e reportadas aos órgãos competentes para tratamento criminal, pelo que os contribuintes que se encontram nesta situação serão notificados para o pagamento dos respetivos impostos.
RCR // ANP
Lusa/fim
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