"Perspetiva-se um incremento de preços domésticos devido ao término da vigência das medidas de contenção de preços decretadas pelo Governo", sublinha o Comité de Política Monetária, além de "efeitos dos choques de oferta".

Ainda assim, em face da fraca procura por bens e serviços, "prevê-se que a inflação permaneça na banda de um dígito, em linha com as expetativas dos agentes económicos inquiridos em outubro de 2020".

Para o próximo ano, o regulador prevê uma retoma lenta.

"Após a contração da atividade económica esperada para 2020, devido ao impacto da covid-19 a nível doméstico, espera-se ainda uma retoma gradual do crescimento em 2021, impulsionada pelas atividades referentes à implantação dos projetos de exploração do gás na bacia do Rovuma", destaca.

Tudo isto num contexto em que "o desempenho dos setores orientados para a exportação poderá continuar limitado pela fraca recuperação da economia mundial".

A análise foi publicada no dia em que o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu manter a taxa de juro de política monetária, (taxa MIMO) em 10,25%.

"A decisão é justificada pelo agravamento dos riscos e incertezas", justificou.

O banco central manteve igualmente as restantes taxas e coeficientes.

Moçambique tem um total acumulado de 11.331 casos de covid-19, 79 mortos e 9.165 recuperados (80% do total).

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