“A AIMA reafirma que atos como estes são absolutamente inadmissíveis num Estado de direito democrático, baseado nos princípios da igualdade, da não discriminação, do diálogo intercultural e religioso, assumindo particular gravidade caso se confirme a motivação pelo ódio racial e xenófobo”, afirmou a agência, em resposta escrita enviada à Lusa.
A AIMA adianta que está a acompanhar os acontecimentos desde que tomou conhecimento dos mesmos e, em cooperação com as várias entidades envolvidas, nomeadamente de investigação criminal, municipais, locais, hospitalares e da sociedade civil, tais como associações de imigrantes, para apurar informação fidedigna e prestar todo o apoio necessário no âmbito das [suas] atribuições” .
A AIMA refere ainda que, com a perspetiva de obter mais informação e promover atuações concertadas, contactou no sábado a Câmara Municipal do Porto.
Para o organismo, “todas as entidades e sociedade são assim convocadas a atuar, manifestando um inequívoco compromisso com o combate a todas as situações de violência contra pessoas residentes em Portugal”.
“Para além do respeito pelos direitos fundamentais de todas as pessoas, é importante lembrar o contributo essencial das pessoas migrantes para a robustez da nossa sociedade, da nossa cultura, da nossa demografia e da nossa economia”, acrescenta.
Na madrugada de sexta-feira, vários imigrantes foram agredidos em três locais distintos da cidade do Porto, sendo que pelo menos dois dos agredidos receberam assistência no Hospital de São João.
Num dos casos, o ataque deu-se na casa de 10 imigrantes, na Rua do Bonfim, que foi invadida por um grupo de 10 homens.
Na sequência das diversas agressões, seis homens foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.
O presidente da Câmara do Porto afirmou hoje que o ataque contra migrantes, que ocorreu na madrugada de sexta-feira, é “inaceitável e um crime de ódio”, defendendo a extinção da AIMA.
“O ataque a uma casa onde residem imigrantes, na freguesia do Bonfim, no Porto, é um crime de ódio que não pode ser relativizado a qualquer título. É um ataque inaceitável”, disse Rui Moreira no início da reunião do executivo municipal.
Rui Moreira entendeu que este episódio exige “ações concretas, muita responsabilidade e racionalidade na gestão dos escassos recursos públicos”, defendendo, por isso, a extinção da AIMA e utilização dos recursos de que dispõe para habilitar os municípios a darem uma resposta e a reforçar as forças policiais dos recursos de que hoje não dispõem para combater a criminalidade.
“Repito, a AIMA é uma agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs e, por isso, deve ser extinta”, insistiu.
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