Os resultados da sessão indicam que o índice tecnológico Nasdaq ganhou 7,4%, o alargado S&P500 subiu 5,5% e o seletivo Dow Jones Industrial Average valorizou 3,7%.
"Em toda a minha carreira, não me recordo de ter alguma vez visto o Nasdq valorizar mais de sete por cento. É enorme", disse Peter Cardillo, analista da Spartan Capital Securities e corretor em Wall Street desde há 50 anos.
"Parece que a inflação atingiu um máximo. Está tudo nisso", acrescentou, sublinhando que o conjunto dos mercados tinha reagido fortemente à boa notícia de uma inflação que parece enfim enfraquecer.
Toda a animação que se viveu na praça bolsista decorreu da divulgação de um crescimento de preços em baixa pelo quarto mês consecutivo, depois do pico de 9,1% em junho.
Os 7,7% divulgados saíram abaixo dos oito por cento aguardados pelos economistas, e seguem-se aos 8,2% de setembro, caindo mesmo para o nível mais baixo desde janeiro de 2022.
Ainda mais importante, o mesmo sinal de abrandamento é dado pelos preços quando se excluem índices mais voláteis como são os da alimentação e energia.
"A taxa de inflação mensal é muito mais informativa", considerou Brian Jacobsen, principal estratega de investimentos na Allspring Global Investments, acrescentando: "Nesta medida, a inflação continua alta, mas não assustadoramente alta".
Uma inflação mais baixa pode levar o banco central a não optar por um caminho mais agressivo na gestão da taxa de juro de referência.
Depois de estar praticamente na vizinhança de zero por cento em março, esta taxa encontra-se no intervalo entre 3,75% e quatro por cento.
"A conclusão que se tira deste relatório é que a Reserva Federal vai levantar o pé na sua política monetária", resumiu John Kilduff, da Again Capital.
Para Peter Cardillo, esta subida dos índices bolsistas pode significar "o fim do 'mercado urso' ('bear market', calão bolsista que descreve um mercado em baixa)".
As empresas tecnológicas foram das principais beneficiadas com a novidade.
A Alphabet (Google) subiu 7,75%, a Apple 8,9%, a Microsoft 8,2%, a Meta (Facebook) 10,25% e a Amazon 12,2%.
RN // RBF
Lusa/fim
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